letra de debaixo de olho - subtil
[letra de “debaixo de olho”]
[verso 1]
eu não sei ser sem ser assim
eu não sei ser sem ser um sere no fim
eu não sei ser sem ser de mim
enfim, só o tempo dirá o que é ser assim
assim como eu sou, o que a vida me ensinou
bastou p’a perceber que nenhum motim resultou
isto é um jogo, um ciclo, um dado viciado, um testamento bíblico
matar o pecador pelo bem estar cívico
típico: “não podes vencê-los, junta-te a eles”
és só mais um cínico, o teu relatório clinico
diz que isso não dеsinfeta nem com álcool etílico
vais prеcisar de acrílico, vais precisar de apoio jurídico
isto é muito “criptorquidico”, a cripta fez de mim um lírico
a morte dará vida ao meu espírito mítico, resto de um meteorito
o nosso poder físico não dá p«a ser especifico
explícito, levam a mal tudo o que eu disse
e tu, não ‘tás mal habituado, ‘tás habituado a que te façam tudo
tudo mesmo um todo, todo o homem já foi puto
e no fundo, não passamos engodo
[refrão]
eu passo noites a ouvir gritos vindos do meu interior
pedidos que nunca foram correspondidos pelo senhor
cidade tem tantos mortos vivos como qualquer vivo que for
vivo o suficiente p’ra manter os teus movimentos debaixo de olho
(debaixo de olho) eu passo noites a ouvir gritos vindos do meu interior
pedidos que nunca foram correspondidos pelo senhor
cidade tem tantos mortos vivos como qualquer vivo que for
vivo o suficiente p’ra manter os teus movimentos debaixo de olho
[verso 2]
eu não sei ser sem ser assim
assim ao ponto de nem ser bom p’ra mim, c’est la vie
excursão completa, até uma cela por dentro eu já vi
eu sei o que é muita areia p’rás camionetas daqui
só marionetas, pessoas burras e -n-lfabetas
nunca me dei com as pessoas certas
no dia em que olhei dentro, fiz tantas descobertas
fiz o ponto de partida donde muitos só viram metas
destruí a ponte entre a minha vida e um monte de merdas
reencarnei poeta, após tantas quedas
pessoas cegas, almas à deriva
és rappers quanto te embebedas, fiz disto opção de vida
careta, cavo de picareta até arranjar saída
dá-me asas e eu salto do prédio mais alto da avenida
i don’t give a f-ck, não há paraquedas que sirva
é o peso do que eu penso com uma bomba radioativa
[refrão]
eu passo noites a ouvir gritos vindos do meu interior
pedidos que nunca foram correspondidos pelo senhor
cidade tem tantos mortos vivos como qualquer vivo que for
vivo o suficiente p’ra manter os teus movimentos debaixo de olho
(debaixo de olho) eu passo noites a ouvir gritos vindos do meu interior
pedidos que nunca foram correspondidos pelo senhor
cidade tem tantos mortos vivos como qualquer vivo que for
vivo o suficiente p’ra manter os teus movimentos debaixo de olho
[outro]
gravações antigas, emoções à flor da pele
pátio das cantigas, sou eu que escolho o papel
sou eu que saro as feridas, eu só disparo
se não houver alternativas, comboio fantasma
não é carrossel p’a meninas, propaganda
aqui quem não paga, também não anda
é certo como dois e dois ser 22, rapaz
os meus 22 há oito que estão p’a trás
foram mais de oito anos a sonhar
com o meu nome num cartaz
hoje só quero mais uma noite
para ver o que é o que o amanhã traz
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