letra de ema - spasm
[verso 1: spasm]
olha p’ra mim espalhando o meu espanto em cada canto
sou falhado e só encanto com palavras
porque os actos são inatos… inerentes ao dilema
provocado pela nuvem que chove magia negra
sou nada, boa noite, a mim me apresento:
e vim da terra do nunca sei se serei p’ra sempre
com a busca permanente do que sou fui ao futuro
nada querido e sem sítio que me abrigue ou que me ajude
vou viver à chuva, porque a pontе é para os mais fortes
se eu alguma vеz fui forte? fui um forte saco de boxe
na melhor hipótese… hei-de morrer só e pr-nto
já estou pr-nto para um pranto no meu canto
que a vida é relâmpago, faltam só 17 anos
portanto acho de bom-tom começar a esquecer planos (querida)
vou andando num processo sombrio como conto
e conto com ninguém p’ra que ponha um ponto nisto!
nasci sem karma, jogado na roleta russa
e eu já sei que vou morrer com o tal tiro na fuça
e nem que a vaca tussa eu não estou safo
eu vou virar o farrapo consolador do fracasso
eu estou assim, perco o sentido a cada dia e ninguém sabe…
o que eu sou todos os dias? (acabado confirmado!)
gajo raro, tempo tenho contado até à morte
o meu corpo é uma bomba, a minha mente é um relógio
olhem p’ra mim palhaços, sou chanfrado dos miolos
estou no gozo a deitar fumo, tão vermelho nos meus olhos
sonhos? conto que o dia que eu falo apareça
e eu não tenha que mexer a palha p’ra que aconteça
sem chamar a atenção rapaz, que eu sou da paz
e o que a minha ideia traz nada de conflito faz
acabo logo, zás, ali espalhado no chão
entretanto eu vou gritando a deus, quero atenção!
[bridge]
olha para mim, sou morto, deus!
começa hoje a minha morte em terra. daí a 17 anos estarei caído num chão de mármore branco ensanguentado, com o mundo a rir-se da minha estupidez inerente em não tentar nem contrariar o facto que desde hoje se apoderou da minha mente. eu acredito. se há quem acredite em deus, há quem acredite nisto, e eu também acredito em fantasias da minha mente
talvez essa palavra seja dada por essa entidade, e desta forma
[verso 2: sarcasmo]
ragnarök, ragnarök, sê bem-vindo ao desastre
montado no meu cavalo-de-tróia verde-morte que abraçaste
qualquer rasto com que ficaste da s-m-nte que o alfange transporta
é porque lhe abriste a porta, enforca-te
foi como viu joão, quatros selos abertos com tua fraqueza inerte
ah! tu já morreste, isso é que me diverte:
esperar enquanto salivavas o boémio conformismo
que deu o teu passo em frente no frente-a-frente com o abismo
doce ironia ver-te nesse estado
saber que és uma concha vazia em suicídio continuado
és uma questão de eutanásia, uma questão de deixar de o ser
que eu tenho uma gadanha pós-moderna em forma de revólver
ajoelha-te perante a inevitabilidade do destino
perante o facto de estar tudo decidido
perante o facto de não teres alternativa, a não ser seguir a minha
então agradece a piedade, em te juntar à tua vida!
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