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letra de peço perdão - sombra (253)

[refrão: fella]
peço perdão a todo o meu povo
se fiquei frio como o jogo
patino na pocilga e nado no lodo
em busca do mundo novo
chega-lhe fogo, chega-lhe engodo
passei a vida toda de olho na gorda
a cada passo eu ‘tou mais sa foda

peço perdão a todo o meu povo
se fiquei frio como o jogo
patino na pocilga e nado no lodo
em busca do mundo novo
chega-lhe fogo, chega-lhe engodo
passei a vida toda de olho na gorda
a cada passo eu ‘tou mais sa foda

[verso 1: fella]
uso mais de mil palavras só por eu não ter uma
ideal para pôr nessa coluna
a minha morte dá me fome de vida
já nem durmo e sonho faz me ser suicida
eu detesto esta utopia
a ilusão que me alimenta mas avaria
melodia é que me traz o flow
feito por mim mas em mim vive um monstro
que o mundo criou
dia diferente mesma música na banda
mais um pé de dança na corda bamba
tudo o que eu tenho é este beat
e uma mente moldada longe desse teu palpite
ou esta minha presença, pura
para alguns é cura para outros doença
bem sei que ás vezes não condiz, mas
tudo o que eu fiz, eu fiz ‘pa ser feliz
minha desarrumação ‘tá debaixo de um sorriso
mas eu perdi o meu a meio do deslize
a dor é o meu conforto, raiva o meu suporte
falta de amor fez de mim mais forte
não queria descarregar o carregador
só queria desprender a mente desta dor

[verso 2: bird]
se eu vejo a morte como uma saída
é porque nada me agarra nesta vida
foi violenta comigo e com a maioria
da gente que já nem está comigo hoje em dia
porém muitos dizem bird growing up
mas não me vejo a pegar bules e a apanhar um bus
eu via música a minha turma só viu drugs
fezadas e noites de estrilho em ruas e clubs
p’ra quê tanta ganância? ânsia de subir de fácil
fico sentado a saber que consigo ser mais ágil
isto é escola todos os dias para quem cá está de passagem
da minha vida eu recordo toda aprendizagem
guardo tanta imagem, credo sou selvagem
concrete jungle nestas ruas não é uma miragem
quantos caem em fantasias, intrujas e chibarias
muitos soldjas muitas vias muitas parcerias
muitos planos na cabeça para elevar quantias
gramas na balança ou até mesmo com fatias
quem mostra muito morre cedo disso já sabias
na minha rua é morte tens sorte em levares com poesias
balas no teu peito é uma das minhas fantasias
cano na boca falaste aquilo que não devias

[verso 3: madi]
agradecido por mais um dia
atuo consoante o que aparece na via
e tudo vem e vai sem aviso
ou dás conta ou dás como perdido
fluído é ser atrevido, testo o limite
quem vem para aproveitar não presta o meu convite
com trick na manga me safo
eu cato esses povos que a vida me atira
batida tá suave, a gente patina
chilla tipo nave, paira na neblina
frizo cá do alto, dou toque com ginga
movimento de cintura que não minga
firmeza no pé recuar jamais
a fé que me o movimenta sobe-me a estima
sobe me o clima, o ouro na retina
essa é a nossa sina
e quem pouco faz é quem mais opina
sou dos que faz e depois atina
o erro não me intimida
por mais que evite surge uma lida
posição que tomo é decidida por amor próprio
cada vez mais longe desse vosso ódio
é isto que me leva ao pódio

- sombra 253

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