letra de crianças selvagens - somacrew
[intro: oreia]
o último a dormir apaga a lua
o primeiro acordar paga o sol
como se fosse um gole ao santo
agradecendo todas as mães dos ladrão (2x)
[verso 1: oreia]
que nunca falta essa água
de molura de pele macia
que nunca falta a sobrinha
pra eu furtar as bolsas das tia
nunca cate os cães do mato
somos capitães de areia
são os capitães do mato
querem capturar oreia
sem querer ser rei, só quero sereia
quem quer ter de tudo
não percebe o que tem na veia
a chuva vem de são pedro
essa onda que trouxe netuno
essa curva só me dá medo
em ronda de tempo noturno
vê se não cai, porra!
se apegue sua caipora
criatura que vive na moita
te protege até umas horas
me sinto o deus deus do mar
licença poseidon
quero casar com iemanjá
morar em maceió (alagoas)
sempre ter o que roubar
só fumar do bom
piratas a navegar
atrás de um saque melhor
[verso 2: blackchan]
licença pra chegar
que eu também sou tubarão
capitães de areia elevam a geração
pra somar e sumariar de mcz a bh
rola pixo
rola mina
rola até banho de mar
nordeste a casa
com plantas naturais
vinda de tempos antigos
na terra de seus ancestrais
mergulho e peço bença
a todos orixás
foda-se a política e os policiais
aqui não tem marechais
fia da puta e seus capataz
liberdade pra meu povo
é dinheiro, saúde e paz
subindo a ladeira no alto do monte
observo da casa da ju
um belo horizonte
em ondas tubulares
me esquivo de alguns olhares
dv também tá somado
nós entende até em braile
faça o que eu digo
não faça o que eu faço
pra sobreviver e sair do anonimato
[ponte: kblin]
a luz da lua ilumina o trampo da firma
quem não deve fica
curto o rap que me identifica
garoa fina queimando um bom chá da vila
e quem não deve fica
quem não deve fica (2x)
[verso 3: kblin]
a lírica é punk pra fuder cá porra toda
num vai dá outra
é nois no corre do rap
a quebra no corre da boca
nun temo freio
de ponta a ponta na gana
rola ajustes de conta
nem conta, na conta já foi muita bronca
[saída: kblin]
litoral mafia no beat
“vixe fei”
no pique a meta é morrer livre (2x)
[verso 4: brt]
soma é um crime
não é um jogo
dv somou
e o baguio ficou louco
não é por status esse rec
é a conexão pelo rap
é como uma droga essa track
brt tá na febre
pra viciar várias mentes
essa é a função
que nois exerce e investe
grosso calibre
rima de causa e efeito
nasci pra ser o mais sujo
onde não dá pra ser perfeito
vim da oeste, porra
e com vários defeitos
tenho amor pela quebrada
onde aprendi ter conceito e respeito
lobo tá na toca flagrante escondido
o dinheiro eu não sei e eu carai tô falido
o brasil tá fudido os cuzão corrompido
mocinho não é violão e playboy não é bandido
tô com minha dama na fuga da fama
fora de foco
seguindo a trama
ela diz nego você vale ouro
e o melhor diamante é o que vem da lama
[saída: brt]
eu quero tudo
eles querem sorte
vivo como um capitão de areia carai
não nasci pra esperar a morte (2x)
[verso 5: elibe]
meu mundo nas costas, é primo
esses dias me tirou do serio
saturado da rotina
sonhando com praia vivendo de prédio
eu tô pra badernar em prédio de boy
sou chato, trato pra sair do tédio
que quando é dado o primeiro p-sso
ninguém é otário pra voltar pro zero, né?
não vai ter critério, uma mina abusando e eu tô off
tô despreocupado uma pá com essas fita
marginalizaram demais o meu corre
agora eu vou rir desses projeto de eazy-e
enquanto gangster é minha tia
sem ferro
sem frescura
sem dinheiro
e sem simpatia
então paga nois, né boy?
nós num é boy
miar seu ronco de motor
aqui a fumaça ainda tira a vista
e lírica é sem tradutor
joga na cara que o drink é o terror
al é o clima
dv ta na casa
bh fechamento
nordeste, o time de cima
[verso 6: hot]
e eu sigo armado como jorge amado
desalmado, amado por poucos
conheço muitos
querem saber do intuito
querem saber se eu fui
tô armado no fluxo
a tribo eleva
não procure ser, vá
mergulhe no mar ou no copo de cerveja
e o rap parece um puteiro de segunda
todo mundo quer gozar só que ninguém fecunda
segunda, ouvir seu disco uma vez
ouvi a segunda
cês rima a semana inteira
e os versos ainda são de segunda
crianças selvagens, capitães de areia
criados na margem, palavras sem curva
os pé de chinelo faz o pé de meia
vivemos em pé de guerra
mas vivemos em pé
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