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letra de t.a.c. - séthique

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[verso: séthique]
cruzei o quarto até à ponta, andei cem metros pela sala
ninguém me cala, a minha sola não se gasta
sozinho em casa, reserva de malaca
a minha inspiração não tava, eu tava fora
bora… não me tranco novelas
fora d’horas, sei quem espreita da janela
nada… eu sei que não se passa nada
desço a rua do népia, não passa um carro na estrada
procuro a minha malta, sei aquilo que faz falta
encontrar a calma da alma na minha palma
gente que não me interessa, nem vai haver conversa
evito o que me stressa, hiperativo de nascença
yeah… observo o tempo pelas sombras
não há refeição mas a barriga não ressona
enquanto a minha noite cai, fiz um labirinto no cais
perguntam-me p’ra onde vais, já querem saber demais
yo… dos anos de oitenta parte um desejo
pensar do meu lugar como sonhar a vida toda
minha cabeça em paz até eu sentir que tou sozinho
lugar marcado p’á minha mãe num paraíso
terra de gente artista, orgulho de ser autista
notícia até sem guita quando a cena se complica
fia-te não faço nada, vou-te contar um segredo
tantas rezas, o que esperas é capricho
difícil não te quebra como o fútil que te compra
fácil é ser n0bel e essa gaja dá-te a volta
aquilo que parecia fácil, agora não faz sentido
o mesmo problema p’ra tantos indivíduos…e
agarrei firme são flashes que me definem
vidas incríveis vividas em outros sítios
acredita na química p’ra se resolver a fórmula
verdade não chega, falta sempre qualquer coisa
acerto as contas com dois minutos de utopia
p’rós assuntos de máfia, eu tenho primos na sicília
dispensei o crisma para o risco de imprevisto
tá provado que o bongo é p’a esqueceres o vício
se não me evitas, sou magnata em zona fresca
mil e um dias a fazer estágio p’ra ficar tudo na mesma
brinco com o sucesso, faço de propósito
perdi-me num espaço que nunca sei como se volta
ouvindo zumbidos de vir chupar na minha deixa
gente que fuma até fazer drift em borracha
recado dotado do fado que conta a história
passado ao contrário, a feira negra p’ra esses porcos
sem ser visto, desperdício que se passa
ressacas de prazer e sem amor na minha cama
brio de assassino, à deriva como um vírus
antes dos trinta fiz um livro
volto à minha página, a minha página dá voltas
risquei cinco do bloco, vou-me dedicar à batota
subir a fasquia, apostei tudo na minha sorte
minha vida tá benzida pela minha bisavó
sinto-me cinzento, não sei o que tenho por dentro
milhares de pensamentos, dentro e fora do tempo
depende do que pensas ou que pensas que penso
penso demasiado intenso para o senso deste movimento
não me vendo, tenho a dica que ofende
direto com toda a gente, há sempre quem não se lembre
uma beca mais à frente como se fosse um vidente
e o que o que tu pensares amanhã
já tinha dito há mais de dois meses
todos dias penso verde, habitante de vénus
comunico, é mensagem, tou a falar p’a vocês
vi de tudo neste mundo e nem pergunto o porquê
a minha metade é a tua mentalidade
nem é um quarto daquilo que vou ser
[scratch: dj sims]

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