letra de movimento sagrado - séthique & vipe
movimento sagrado lyrics
[letra de “movimento sagrado”]
[verso]
passaram 20 anos enquanto arrefeci tronos
se perguntam pelos donos, eu falhei na missão
“quando eu como, há p’ra todos, e ficamos todos gordos”
foi a frase que eu trouxe tatuada no meu brasão
voces querem emoção? espero que o clarão cegue
era guiado pla informação que o carlão negue
e boss ac? transcrição, queima a fita da cassete
daqui fala o gajo que fez o primeiro site do xeg
antes da louis bag, antes do lean, do trap
havia um tony mac muito antes da face tat
antes do brain lag eu vivi a lei do tag
há coisas que não mudam, vdk ’till i’m dead
já quis ser hip-hop head, talento que ninguém vê
a dizer ao bomberjack: “ainda me deves um cd”
naquela altura, poucos tinham um pc
compravas hip-hop nation, não há rap na tv
mas hey, ‘tou a entrar de fininho
ninguém fala da importãncia de haver um josé mariño?
todos falam das mudanças mas o movimento é isso
transforma-se a cultura, o que não muda é o espírito
ye, fui trancado numa sala
é que eu vi as ruas das quais o chullage fala
senti vergonha alheia quando velhos da minha aldeia
foram racistas com amigos que acolhi na minha casa
dizem paz à sua alma mas vou remexer campas
vim criar um novo mundo, kacetado onde é que andas?
osíris, onde é que andas? vocês foram as chamas
p’ra todo aquele que nos faz de canadianas
diz-me que me amas, temos o tempo contado
nós somos os guardiões do movimento sagrado
vocês são o fidbek, bilhete não é só de ida
e no retorno, já disseram: “o teu rap mudou-me a vida”?
ensinaram-me a chorar, ao contrário do tek!lla
p’ra mim a moda parou pela resina
não é essa a minha sina que eu por mim andava nú
só p’ra veres eu sou branco e tava a usar fubu
no meu treino pa guru, sempre houve dealema
um espião no labirinto com um fusível na cabeça
segundo este mundo ou trazes lanterna acesa
ou a ausência de luz vai engolir-te a certeza
mas na mesma puto, se é escuridão que tu atrais
conheceres o teu núcleo vai dar-te os factos reais
sei melhor do que ninguém que eu atraquei nesse cais
e um cemitério de barcos abriu-me os olhos demais
porque sejamos reais, o futuro chama-se uno
extender a mão compensa aprendi isso com o drulo
não ter medo de falar aprendi isso com o lucro
só me falta o purfaz sentado comigo no estúdio
entretanto, uma cassete do allen halloween
deu a volta ao meu bairro um dia chegou a mim
obrigado ghoya e b-tts mc
por me terem estreado no barrunxo de odc
“è si ki nu ta venci”, valete concordaria
vampiros e canibais, mano, já saem de dia
quem perde a franqueza para abraçar a franquia
401 dentadas como se eu fosse a matilha
mas eu sou a matilha, espírito recfella
sou a mão por trás do primeiro gig dos crewella
dou por mim, sou cinza branca trancado na cela
a dar vida a sentimentos libertos duma parcela
‘tou a dar passos nesse campo de minas
tenho um som c’a blaya que gravámos noutras vidas
arranjei forma de eu estar lá quando precisas
aprendi com o nerve o que é ter de pagar propinas
200 pessoas, última vez que contei
era o número das almas com quem eu colaborei
mas trabalhos completos, que eu não falo dessa treta
de ainda teres meio som meu trancado na gaveta
força suprema, que seja criticado
a lutar pela diferença sem um certificado
desde batalhas a freestyle no bairro alto
sei sempre onde estou, e tu onde é que tens estado?
calma mano, é retórica
sei que «tás a produzir como o mk e o ghoza
e porque eu era incapaz de ver crewcodilos na fossa
sempre soube ser na rima aquilo que era na prosa
e por isso fui à loja, e em vez de roubar respeito
trouxe um frasco de saúde e o resto do dinheiro
se a lição do samuel nunca vos surtiu efeito
não sabem que a confiança se disfarça de um defeito
ganância, por isso fiz um círculo na área
a melhor rapper da tuga continua a ser lendária
vocês ‘tão na minha prece, sou o povo do nameless
rezo a 40 deuses mas não previno malária
então abre-se uma vala, missão a cumprir
é sair da margem sul até a margem se extinguir
ninguém me pode impedir de eu focar no meu trabalho
é que basta lançar um vyruz e vai tudo c’o caralho
enquanto isso tou sentado tenho o keed no meu quarto
a bombar nas m-audio a próxima witchcraft
problemas de que eu falo no meu livro encantado
onde é que eu vou guardar o álbum do sir scratch?
madkutz por fora e o sunryse por dentro
dias que tou como o ruze a lutar p’la zona centro
agradeço entrevistas, workshops em que eu entro
sem eles, eu não explicava o que era o movimento
já vão 10 blackbooks, people pensa que sou louco
mano, eu cheguei a gravar dentro do armário do pofo
tive em estúdios que te compravam um apartamento novo
mas nada se compara ao suor que pus no corvo
e eu não vou falar de sangue, hoje papam alpista
a levar as mãos ao céu, chama-me sammy o salmista
viste a forma como eu mostro do que strata g?
a gente vê-se por aí, disse o hipno d
não, eu não me esqueci de pôr o teu nome no sound
mas ‘tou como o vosso deus a vigiar-vos da cloud
100 barras p’ra gerir, pi, i gotta run around
e é por isto que me chamam o lord do underground
[scratch: tommy el finger]
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