letra de paz com veneno - sensei d.
[intro/sample: joão loy]
(shackles you’re a happy character
yeah? what do i have to be happy about?
look at all the nice people you meet
clowns, beer drinkers, things with hangovers
shackles, i love you
you don’t love anybody, you love to drink)
hahahaha, deixa-me beber agora
[verso 1: tilt]
e se te disser que me apaixonei por uma faca que me estripa?
dorme na minha barriga, e ainda me rege coluna
pés que rumam para ao pé de bués que fumam, até se espumam
consumo-me contigo, até que sumam todos
durmo enquanto ela circula pelo corpo, obseleto
esqueleto com fígado gordo até que expluda
tipo que até pedes desculpa pelo tombo
mesmo ‘tando longe de ébrio
sou a besta que se encontra veneno, bebe-o
então cá ‘tou, como tu, só de passagem
com tudo o que vicia p’afogar a minha acídia (é só coragem)
e é por isso que eu fervo e que bebo até turvar a paisagem
até ter copos substituídos por tubagem
vivo naquela percentagem de margem de erro
por vezes estás tão em mim
que eu sinto que tenho um pouco de sangue em ti, cá dentro
és luz que queima mosquitos, usas-me, também te uso
se te mato, matas-me pelo abuso tipo que ‘tamos quites
gole a gole até me degolares
expresso o teu caos de holocaustos celulares em que ‘tamos peritos
(tu bem sabes) é um coma desagradável
tripo com a minha tribo e tibo álcool
estrela decadente estilo algol
[verso 2: nero]
“há muitas histórias que se contam sobre mim
só algumas delas são verdade, outras nem por isso
que eu sou fresca, isso tu viste desde início
mas seitas só inventam mitos, beija-me e alimenta o vício
p’rá maioria eu destruo lares, arraso fígados
sem tu notares, apago dígitos
vais me encontrar, em estado líquido com prazo mínimo
a aguardar um contacto físico
p’ra te evitar, eu vou tentar outro caminho
mas o lobo sabe onde há de procurar o capuchinho
e se eu disser que não vou ter contigo, eu minto
eu vou ter contigo, eu juro
ou fazes-me uma espera à saída do bules
porque ela conduz e leva-me a casa
puxa-me o fumo e leva-me a paca
se tivemos juntos, notas na cara
já é costume à hora marcada
e aquilo que escorre pelo estreito
só tem uma forma de voltar atrás
navego com a brisa que corre no leito até virar a barcaça!
eu sei que esta mistura te soou tuscaia
mas eu só fiz pa bater.. como o som da blaya (baia)
e ainda é muito cedo p’a morrer na praia
porque quando o mano arreia, é com ganda raia
[refrão: joão loy]
afogo estas mágoas da minha vida
imersas no meu sofrimento
será fracasso ou feitiço, esta ferida?
à procura da paz com veneno
[verso 3: mass]
ya, nunca fugi, eu não me afasto
se é p’ra dormir, eu só arrasto
‘tou-te a sentir, não é só um caso
eu acho que isto é p’rá vida (não é mentira)
talvez consiga chegar ao fim do próximo som
isto não é hate, isto é louvor
quando tudo o resto bazou
onde quem colheu, semeou
onde quem procurava a sorte, nunca a encontrou
e tudo o mundo levou, se é por ti que ainda cá estou
vou continuar a abrir cada garrafa
até te encontrar, até me vires buscar
ferida que não vai sarar e ainda bem
não a vou desinfectar, porque dói com, mas ainda dói mais sem
não és melhor do que ninguém, mas quem diria
que não é o vício que me atrai, é a companhia
só tu me tornas paciente p’ra conversa da treta
a viajar tipo que ‘tou num som com o vegeta
álcool na dose certa, líquido que me hipnotiza
que lindo golo, este foi ao ângulo da baliza
mais bela poetisa, medalha na minha camisa
a projetar-te aos poucos tipo que sou o siza
és tu quem me enfatiza, não quero ter um único dia sóbrio
tira-me deste manicómio, aqui sem ti é sórdido
acho que isto é mais que óbvio, que eu só me rendo
quando souber quanto de ti cabe cá dentro
só p’ra ver se rebento
[refrão: joão loy]
afogo estas mágoas da minha vida
imersas no meu sofrimento
será fracasso ou feitiço, esta ferida?
à procura da paz com veneno
[scratch: sensei d.]
only when i’m drunk, i sing a song like this
only when i’m drunk, drunk
only when i’m drunk
only when i’m drunk
only when i’m drunk, i sing a song like this
[bridge: joão loy]
afogo estas mágoas da minha vida
imersas no meu sofrimento
será fracasso ou feitiço, esta ferida?
à procura da paz com veneno
[outro: joão loy]
deixa-me beber agora que amanhã posso ter cieiro
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