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letra de ciclo venenoso - sarksmo & choco

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[intro]
ciclo venenoso
ciclo venenoso
ei

[verso 1: sarksmo]
começa um novo episódio
saio pra rua e me dá mó tédio
pouco amor, muito ódio, alguns usando um remédio
bicarbonato de sódio (sniff)
e pulam do prédio
quem é que sobe o pódio, me diz, sem ensino médio
hoje em dia todo dia é dia de correria
na via expressa a pressa é o princ-p-l roteiro da peça
e o preço é alto, o asfalto
queima a sola do pé do menino descalço que grita -ssalto
é o zika, a mãe chora e fica triste vendo seu filho que vai embora
talvez volte com tesouro no futuro
a vida é sem seguro
segura firme no volante, aperta o cinto e se prepare pra bater no muro, e num instante
é esmagado pelo gigante, e tem que ser davi, aí
ei, pra não cair
e num estalo tudo muda e vai pelo ralo
a correnteza do esgoto te engole vivo
e a sociedade faz sinal de positivo
mas eu traço meu objetivo além dos traços que eu faço no meu caderno
aqui é brasil, patrão, não tem neve no inverno
só brasileiros sofridos vivendo o verdadeiro inferno
é desse jeito, impossível baixar a cabeça
aconteça o que aconteça

[refrão: sarksmo]
olho pro alto enquanto caio
atingido por um raio
num dia chuvoso
abro meus olhos, ainda estou vivo
levanto e me reativo
encaro o ciclo venenoso
(o ciclo venenoso)

[verso 2: choco]
não existe nada sem trabalhador
mas valorizado é o empresário
bem falado no noticiário, visto como produtor
mas quem produz é quem trabalha
e pra esse resta apenas um soluçar de dor
como bem disse clara nunes
e -ssim se dá a batalha, ei, entre trabalho e capital
mas no final sem glória
só aposentadoria e a mesa no boteco pra contar alguma história
e não há quem não usufrua
da costureira que costura, até o médico
que preveniu a doença, a cura do pedreiro que constrói as paredes e as lages
até o músico que faz com que a gente viaje
do operário que opera
as máquinas, e -ssim gera
produtos de todos os gêneros
úteis pra humanidade, que não são efêmeros
do agricultor que planta comida
nutrindo a necessidade básica da vida (e -ssim)
todo trabalho é indispensável (o foda é que)
esse ciclo venenoso torna emprego alienável
essa é a real pegada, que sem emprego a gente até vive
mas sem trabalho a gente não é nada

[refrão: sarksmo]
olho pro alto enquanto caio
atingido por um raio
num dia chuvoso
abro meus olhos, ainda estou vivo
levanto e me reativo
encaro o ciclo venenoso

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