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letra de dia de visita - realidade cruel

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[verso 1: douglas]
sinto uma grande vontade de chorar ao ver a minha mãe
aqui vindo me visita talvez se eu tivesse pensado um
pouco mais, talvez hoje eu não estaria atrás de uma cela
num pátio de um presidio numa triste tarde de domingo
é foda mano você não sabe é triste pra sobreviver em
paz aqui tem que ser firme veja as fotos penduradas na parede
de madrugada quem deve aqui treme, chora, sofre
pede para não morre na lei da cadeia é matar ou
morrer, eu agradeço pela visita graças a deus ainda
tenho família, tenho uns conhecidos, tenho uma pá de
mano, na rua no presidio uma pá de mano, 15 anos pra
puxa de detenção latrocínio na ficha de um ladrão sinto
uma grande vontade de chora ao ver minha mãe aqui
vindo me visitar

[refrão]
mãe como vai lá em casa, como anda os manos da
quebrada, diga pros mano que mandei lembranças, da um
abraço bem forte nas crianças

[verso 2]
mãe como anda lá em casa, como anda os manos da
quebrada, como anda o duda, como anda o flávio, como
anda o mi, o pixote e o renato, como anda os manos do
joão paulo cadê o keno se estão todos em paz tá
valendo, rã veja só como é este lugar eu sinto
cheiro de morte no ar, aqui raramente se fala de amor
aqui, constantemente é puro sofrimento e dor
desespero ódio, vingança aqui não tem criança nem me ligo nas
lembranças, um regime cruel interno pra dentro do muro
um verdadeiro inferno
treta toda hora no meu pavilhão seguro não, não é
lugar de ladrão não, sinto uma grande vontade de chora
ao ver minha família aqui vindo me visitar, visitar
visitar, visitar

[refrão]
mãe como vai lá em casa, como anda os manos da
quebrada, diga pros mano que mandei lembranças, da um
abraço bem forte nas crianças

[verso 3]
meu filho vem correndo e me abraça eu já não contenho
as lagrimas todo dia na cela eu mesmo digo mas para de
pensa é impossível em liberdade fugir deste lugar
cadeia nunca mais detenção nem pensar lá em cima fica a
minha janela a minha bíblia a minha jega eu devia ter
pensado na hora agora é tarde parceiro é foda eu lá
com revolver na mão dentro da mansão cara a cara com a
vitima e o patrão meu parceiro se aproxima e fala
senta o dedo sem dó maluco mete bala cata o dinheiro e
as jóias que esta no cofre carro ligado lá fora a gente sai
no pinote tudo certo na sequência tudo combinado plano
bolado tudo esquematizado cena trágica correria
imagina a minha agonia e ai a reação mano eu nem
pensei sangue frio até a alma eu bum atirei veja só
até que ponto que o dinheiro sinto na pele que agora a
mão de deus pesa minha mãe minha família meu filho
numa triste tarde de domingo sinto uma grande vontade
de chorar ao ver minha mãe aqui vindo me visita

[refrão]
mãe como vai lá em casa, como anda os manos da
quebrada, diga pros mano que mandei lembranças, da um
abraço bem forte nas crianças

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