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letra de eu não saio - quebrada queer

[letra de “eu não saio” com quebrada queer]

[refrão]
hey, eles não vivem sem mim
mas estão querendo meu fim
eu não vou pedir pra sair
daqui eu não saio
se bater de frente, vai cair
mas se quiser, pode insistir
que nós não vamos desistir
ninguém me tira daqui, eu não saio

[pós-refrão]
eu não saio
eu não saio
eu não saio (ei, yeah)
eu não saio
[verso 1: murillo zyess]
foda-se esses caras, já deu pra ver que eles não sabem nada
porque eles não se importam com nada
vai ser nós que vai fazer história nessa caminhada (ei)
dessеs caras eu não quero nada
pra todos e todas quе virão
tamo’ só no começo, pensa o atraso
é que a nossa força tem que ser duas vez ponto aço
mas nós já tomou nosso espaço (ahn, yo)
cada pow-pow com o mic na mão foi uma salvação
cada guerreiro e guerreira foi menos um leão
e também cada vida uma conexão
pode até ser clichê, mas foi nossa união
e quando eu ‘tava lá, eu não vi nenhum (nenhum)
que pudesse me dizer que não
eu só vi quem sentiu tocar no coração
é por isso que quebrada queer é missão
mano, até dá pra entender
eles se sentem ameaçados, só que disfarçam
nós é tonelada de rima
isso deixa eles motivado’ que eu sei, sou ref pra eles também

[verso 2: guigo]
tantos nas x br’s morrendo à míngua, não esquece
muitos que morrem de sede, muitos que tentam padecem
são muitos muros no rap, muitos machucam minha pele
‘cê faz história e esquecem, ‘cê se ajoelha, eles crescem
muitas boombeats, bixartes, são milli, danna nas tracks
pra cada macho no game que vocês não reconhecem
tipo warllock, na gana, e a danny bond, não esquece
jup do bairro malandra, enme e sia me aquecem, procede?
‘cês são os colonizador do rap?
trocaram as caravelas por palmas na internet
nem é tão difícil ser grande no rec
só tem que ter a cor, a cara e a pose de trapper
matar mais mil leões pra tá nos fest
ter que cantar a dor e acreditar na nossa prece
nem vai pensando que nós tá no blefe
quando ‘cê menos esperar, vai me encontrar nos head
[verso 3: tchelo gomez]
da minha garganta eu desfiz o nó
fica pra você toda sua dó (t-c-h-e-l-o)
da minha garganta eu desfiz o nó
fica pra você toda sua dó
me tira à força, não fazem com os coxa’
me arrasta, me pisa, destrói minha família
o pano ‘cê passa e eu só de pirraça
não saio arrancado, tirei a mordaça
me tira, ele atira
morro todo dia
de bala perdida
que sempre tem mira
revolta, tem raiva, tem ódio, tem dor
rezo e prezo que um dia normalizem minha cor
não saio da frente, de corpo presente
e eu canto ciente que tudo pode acabar
pode acabar
tudo pode acabar
hmm-hmm-hmm-hmm
eu sempre vou lembrar
do quanto me acusaram, de quando me expulsaram
os olhares me perfuraram
mas daqui eu não saio
não saio, não saio, não saio, não saio
[verso 4: harlley]
e eu já nasci pr-nta, não forço nada
a caminho da vitória, sempre mais afiada
eles entendem nada, nem querem entender
é só você ver (é só você ver)
quer afetar as bee do rap?
vai precisar de mais que post na internet
legado já escrito não se perde, baby
e o old falso público do rap se achando experts nunca fez uma track
a vida me formou sem eu pedir
antes de ser mc, já sabia quem era
baby, meu corre não começou aqui
antes de você me ouvir, querida, eu já era
questiona minha presença, mas vai aguentar me ver
pouco importa a sua crença, minhas palavras são pra crer
enquanto ouve esse som, lá fora, parou pra ver
quantas nossas vão sangrar, quantas nossas vão morrer?

[verso 5: boombeat]
poucos passam o que eu passei
pra chegar onde eu tô, baby, eu caminhei, ahn (eu caminhei)
e ainda no caminho eu vou
fazendo dez vezes mais com dez vezes menos do que eles têm (do que eles têm)
e o medo não vai me parar
não deixa o medo te parar
foi na dor que acordei
não tá bem, vai e vem, vai lá (vai lá)
no p-rnô do brasil, eu tô na moda (ahn)
e você só me compartilha quando eu já tô morta (não)
espancada, engraçada ou se eu tô nervosa
invisível se eu faço minha arte, mas se eu tô na esquina, você já me nota
é foda, notícia ruim sobre mim não choca (não)
mas se me vê informada, graduada te incomoda
na frente da família, seu pai paga que me esn0ba
e nas costas quer pagar pra fuder comigo no sigilo que ele gosta (e goza)
falo da falta de opção e é disso que minha rima cobra
não é pink money, g-y, o mundo não gira à sua volta
foda-se o amor, propaganda enganosa
deixa o amor pra vocês, essa preocupação não é nossa (não)
sem fome, sem rua, queremos escolher pra onde ir
sem ser desumanizada, silenciada, sem direito de existir
afeto é efeito e causa feito para o mundo cis
não sei se eu vou voltar sempre que eu vou sair
em meio ao ódio e descaso, hipocrisia e olhares
misturam nojo e desejo, curiosidade e vontade
‘cês fingem que se importam, mas ‘tão nem aí
tamo’ aqui, somos plurais, ancestrais, travesti

[pós-refrão]
(daqui eu não saio) eu não saio
(daqui eu não saio) eu não saio
(daqui eu não saio) eu não saio
(daqui eu não saio) eu não saio

- quebrada queer

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