letra de nuvens - profjam
[verso 1]
boy toma nota
o meu rap é big como o coleman
desligo a chamada
como o beat com controlo man
rap a vir-me pela boca
ejaculo com o efeito
com a nota a seguir-me
paranóia enche o peito
são noias deste eleito
sou the one tipo ck
fragrância da ganancia
enche o teu pulmão de graça
e dou graças a mim já que deus ta do meu lado
god by my side, no outro vive o diabo
eu não lhe escapo então fumo – boca de escape
fundi-me com ele os dois, tornei-me num trio de ataque
o meu rap é sujo puto, eu até ganho num empate
sou um puro rapper culto cultivado por 2pac
tratado pelo slim, paiado pelo jay rock
comprado pelo big, fumado pelo k.dot
chapado todo o n-gga fica se for esmifrado
enrola uma de rap, bafa e fica intoxicado
porque é tóxica a crónica, rebobina-me a moca
sou uma bobina, toca só no prof, na cabine ele choca
sou um genie de uma lamp, esfrega-a que um gajo acorda
apaga a luz pa’ me veres no escuro a saltar à corda
enquanto faço um nó nela e no pescoço meto-a à volta
um genie nunca morre, vive na reviravolta
vive na tua carola, vive sempre na tua acção
influencias são tendências marcadas numa geração
é clara a objecção, sentimento de impotência
preparo a revolução sem pensar em violência
poesia acende a mente como uma luz de emergência
segue a minha voz, encontra a tua na experiência
a agência caça talentos, sou uma espécie protegida
verdadeiro até ao osso, no rap pedi guarida
‘tou de partida, partindo doutrinas de pêga
todo o people diz siga enquanto eu grito «chega!»
admite la, já tinhas saudades dos real
hip hop ‘tá de volta, atrás de mim eu tenho mil
rappers preparados pa’ partir a montra toda
não ando atrás do guito boy, eu quero e que ele se foda
faço isto pela luz, transporto a chama olímpica
posso acabar na cruz, a cena seria típica
estudei gautama e cristo, querias qu’isto fosse lixo?
descendente dos profetas, sou atleta de patins
linha a linha pedem bis, solto isto sobre um mundo triste
noticias incham o bicho pa’ ele papar o que é feliz
só tenho uma vida, não me interessa o conforto
leva a guita e a fama, fica atracado no porto
enquanto eu solto a chama, chama-lhe chamamento
parla a mente pa’ parar o parla pie no parlamento
eu lamento que vejas -ssim a pintura
pincel roça na tela, flecha roça na armadura
arte é guerra conturbada contratada pela inacção
tradução duma montada em busca da rendição
sentidos em plena acção, inquilinos do coração
vendidos não vingarão, história jamais fala em cifrão
quem diz que rap é “yo!”, eu digo que rap é “blow”
cheira uma linha minha e adivinha quem voltou!
o people representou, a doninha rebentou
então p-ssa-me a skunk pa’ eu saber onde ‘tou
porque a vida é p-ssageira e eu sou o p-ssageiro
e só com meditação é que eu vejo o meu roteiro
meu rap é futurista mas o futuro nem existe
sou mais um futebolista apanhado com pé em riste
mostram-me a cartolina, eu faço um filtro à sam
cai um kick na batina, é irónico o godd-mn
i’m losing my religion tipo r.e.m
mas faço funerais a beats, ministro profjam..
[outro]
o movimento nunca para
enquanto um n-gga cá tiver
porque quando eu disparo a dica
vira o «salve-se quem puder»
é que cá dentro eu tenho um feeling
pa’ fazer sempre o que quero
pergunta-me se eu sou real
mano eu sou o que eu quiser…
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