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letra de espelho meu - poeta100valor

[letra de “espelho meu”]

[verso]
tu espelho, que és missa ao enguiço e à preguiça
essa premissa é falaciosa
nunca enfrestaste os espinhos
como ousas usar a rosa…?
pseudo-intelectual endeusado
pensaste evoluído
mas permaneces parecido ao passado
passeias os teus demónios em insónias e insólitos hieróglifos com pensamentos geo-eólicos convictos no tacto
mas não há coro no concerto, só um fantasmagórico coreto
abstraído do concreto, o objecto é o abstracto
vergaste à adversidade
envergas essa vaidade envergonhada, manchada por uma consciência julgada culpada
sim, tu, que pavoneias as tuas ideias idiotas
de polímetro que se finge poliglota
anedóticas cifras, cuja chave se perdeu no tempo
com código numa memória perdida no momento
passageiro num comboio de pensamento, tão inútil como soprar contra o vento
só inteiro, quando quebrado novamente
caricaturado testamento auto-nomeado
a folha uma farda, fardo de frodo, que também me traz conforto num confronto de forças contrárias
mas o que pregas, não o praticas
as intenções, intensificas
no teu armário, um cemitério
no cinzeiro, mais cinza que um crematório
mais beatas que qualquer paróquia
e pelo menos mais bem aproveitadas
veias vaticinadas a uma veia inglória, de angústia quase gulosa
cola-se e um gajo cala-se… enrola-se na bola de neve, de novo
eterna prova dos nove
infinita porta de nave
nuvem aninhada no sol de inverno,que caminha envergonhada no eixo do seu reflexo
refluxo, só que com algum nexo
ao compasso, só peço um braço que pudesse dar-me amparo no apuro
não em farinha , não a quero nem no saco nem no salto. nem para o sucesso,nem para o futuro
procuro o memorável, mas lamentavelmente o esquecimento é o anfitrião permanente
fã do traço! , por uma mente sã o faço
sem um prazo
só o prezo
só me purgo
quando o prego, lá sossego um segundo
mas é quando logo engulo o peso do mundo num gole alongado e profundo….! e perdura…! é duro! eu perduro! , mas durarei…?
com o passado que no futuro tracei… o que me aguardará?
faraó? rei? marajá?… para já, não o vejo…! e acho que já o fui….! se não foi… f-ck it! fly! flui! quando for…. fui!
o flow é tão mau que não tem igual…!
perdi! pedi perdão…! pude! e, por mim, meti-me são! meti a emoção a nude! meti noção!
mas nova resma, o mesmo rumo!
como a lesma… mas com ‘lumos’!
sintonizo tunes manuais…!
não esses ‘manueis’ todos iguais
só querem os anéis e tão a mais
são branqueamento -n-l :
preparados para ser enrabados em prol do aumento do capital

- poeta100valor

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