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letra de área azul - phoenix rdc

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área azul lyrics
[letra de “área azul”]

[refrão]
quem patrulha a área é a judiciária
a paz no bairro agora é coisa rara
lei é bala se te encara, é só mais um preto na vala
quem patrulha a área é a judiciária
a paz no bairro agora é coisa rara
uma falha e vais lá parar onde a minha gente para

[verso 1]
eu vim da cidade onde o sonho ‘tá longe da realidade
aqui ninguém semeia vento, mas todos colhem tempestade, e
foi nessa cidade onde eu vi que não existe igualdade
uma coisa é expectativa, outra coisa é a realidade
e eles querem que eu seja o podre da sociedade
mas a miséria motiva-me p’ra que eu lute p’rá igualdade
bairros sociais são a lixeira num modo camuflado
por isso é que 90% da comunidade ‘tá atrás das grades
eu não queria ‘tar no crime, eu queria ‘tar no ringue
toda a criança sonha, e eu sonhei ser ronaldinho
minha mãe lavava pias, dizia: “filho, a vida é assim”
já ‘tava conformada, sentia-se rica no vazio
eu sei que depende da perspetiva, não
que eu não seja humilde, eu ‘tive falta de cartão de cidadão
não foi de sk!ll
e muitos que nem no meu nível ‘tão a conquistar aquilo
que eu chamava de sonho, d’obriga eu fui vender uns kilos
fui cl!ckar gatilhos que— p’a dar papa aos filhos
miseráveis, orfãos como eu, e uns a bófia deu tiro no pai
trauma é subsídio, suicídio sai
e o tio elídio, só optou por ser bandido porque o sistema trai
[bridge]
vi muita mãe a dar a frente frequentemente por mantimento
não por sentimento, boy, isto dói
sacrificaram o corpo por um futuro diferente
p’ro filho ser gente, deram no gerente e na playboy

[verso 2]
o pai do meu tropa foi preso por ‘tar no bar sem ticket
é só p’ra verem o desprezo e como o sistema irrita-me
eles pisam o people do ghetto, fazem do preto, chiclete
e isso tudo porque no parlamento quem ‘tá na frente é hitler (jesus)
a minha raça não é do privilégio
única esperança é ser o próximo eusébio
qual é que é a diferença do meu bairro e um cemitério?
a diferença é que somos zombies
e os mortos já descansam deste inferno
(cala-te) se te incomoda por eu bater na me’ma tecla
tira a tecla, ou então vais-me ver bater na tecla até morrer
(cala-te) vocês só falam porque não sabem o que a gente enfrenta
lamento ya, vou continuar na reta que ainda tenho fé
(cala-te) eu ‘tou no caos e já avanço p’á quinta década
se vi paz, foi uma beca, bruh
mas tinha que ‘tar a correr (cala-te)
aos sete conheci a dieta, e hoje dispenso essa treta
que deviam dar nome de “ofensa” a refeições gourmet
[refrão]
quem patrulha a área é a judiciária
a paz no bairro agora é coisa rara
uma falha e vais lá parar onde a minha gente para
quem patrulha a área é a judiciária
a paz no bairro agora é coisa rara
uma falha e vais lá parar onde a minha gente para

[verso 3]
a gente hoje só acredita em deus quando convém
e a igreja hoje é p’a pedir perdão porque magoei alguém
caguei p’o “amém”, meu ferro é mais sagrado que jesuralém
e quando eu ‘tou pragado, bago, até um surdo escuta bem
os bófias acham que todo o rasta é rasta
na esquadra é praxe, parece que é a caça da classe baixa
por isso é que quando a gente vence, se acha
mamona traz a taça que eu quero ver os venturas a darem graxa
já não há vergonha, eles chacham em pública praça
deram uma brecha, hoje o chega na rua marcha
querem apagar o éder que fodeu a frança
encher a pança, não deram mérito, só distância
eles vão dizer que é só mania da perseguição
cansei de viver na rabia, não é só imaginação
hoje a minha rebeldia é voz, minha munição
porque as mentes vazias propagam sem noção
[refrão]
quem patrulha a área é a judiciária
a paz no bairro agora é coisa rara
uma falha e vais lá parar onde a minha gente para
quem patrulha a área é a judiciária
a paz no bairro agora é coisa rara
uma falha e vais lá parar onde a minha gente para

[outro]
querem guerra? se não querem, get out
deixem o preto violento
querem guerra? se não querem, get out
deixem o preto violento
querem guerra? se não querem, get out
deixem o preto violento

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