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letra de corações de ferro - papamike

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[letra de “corações de ferro”]

[intro]
sabiam que veríamos
então encheram a cara e se mataram quando o sol nasceu
por que está me mostrando isso?
os ideais são pacíficos, a história é violenta

[refrão]
o blindado é nosso abrigo
a fúria é nossa chama e o medo é nosso único perigo
a vitória é nossa dama, a história que aclama
nossa fama embalsama se derrama sangue do inimigo

[verso 1]
a minha casa é no solo onde o sangue é a manta
eu não choro, eu não oro, sinto a morte pelo cheiro
e quem canta só adianta a posição para o inimigo
se levanta, é metranca, se entrincheira, é morteiro
sou o primeiro voluntário para ir pro front
faço o que for necessário pra honrar minha bandeira
meu coração é feito de ferro, não espere que amedronte
na garganta, carrego berro da fúria mais verdadeira
a vida é tão passageira pra viver um conto de fadas
minha alma é guerreira tipo aníbal de cartago
queria viver nas primeiras guerras de espada
mas a caçada é de blindado e eu faço o maior estrago
meus olhos carregam fúria, minha pele cicatrizes
minha farda se orgulha de quem enverga seu tecido
a história sempre lembra dos guerreiros raízes
não das meretrizes e desses traiçoeiros enrustidos
[refrão]
o blindado é nosso abrigo
a fúria é nossa chama e o medo é nosso único perigo
a vitória é nossa dama, a história que aclama
nossa fama embalsama se derrama sangue do inimigo
o blindado é nosso abrigo
a fúria é nossa chama e o medo é nosso único perigo
a vitória é nossa dama, a história que aclama
nossa fama embalsama se derrama sangue do inimigo

[verso 2]
cada inimigo abatido trago comigo suas medalhas
e tiro pelo umbilical os seus méritos
tomo posse de cada alma desprendida nas batalhas
minha baioneta, navalha nunca dão chance dois
de volta ao acampamento que na guerra é minha casa
abutres rodam à procura de alimento humano
os inimigos desovados em cova rasa
os amigos amputados em leitos, sangrando
eu sofro, faço esforço pra manter a postura
quando os companheiros morrem, ouço a voz do tormento
me afasto, vou no poço mais fundo da curvatura
entre a lucidez e o desatino, tento ter um firmamento
por um momento, sinto consentimento pelo inimigo
do outro lado, vejo o mesmo sentimento interno
nessa guerra, todos sofrem, todos perdem amigos
mas minha missão é mandar o máximo deles pro inferno
[refrão]
o blindado é nosso abrigo
a fúria é nossa chama e o medo é nosso único perigo
a vitória é nossa dama, a história que aclama
nossa fama embalsama se derrama sangue do inimigo
o blindado é nosso abrigo
a fúria é nossa chama e o medo é nosso único perigo
a vitória é nossa dama, a história que aclama
nossa fama embalsama se derrama sangue do inimigo

[verso 3]
a morte está ao derredor, me sinto só acompanhado
questiono a fé até o pé pisar em solo hostil
estou no pior lugar do mundo, confinado num blindado
cheiro como moribundo, me confundo com um servil
tudo que minha alma viu meus olhos negaram
minha mente não absorveu, não aderiu quando corpos queimaram
ouvi a voz do meu fuzil quando elas falaram
o céu que era anil as nuvens acinzentaram
no meio do caos da guerra, vejo uma bela para fera
olhei ela, vi uma alma sincera e amei
momentos escassos, o compasso do tempo erra
foi uma eternidade o momento que a beijei
planejei um futuro ali sentado lendo sua mão
por um momento, fiquei feliz, me senti então humano
mas quem nasceu com minério dentro do coração
só convive com a guerra e com o adeus vai se acostumando
[refrão]
o blindado é nosso abrigo
a fúria é nossa chama e o medo é nosso único perigo
a vitória é nossa dama, a história que aclama
nossa fama embalsama se derrama sangue do inimigo
o blindado é nosso abrigo
a fúria é nossa chama e o medo é nosso único perigo
a vitória é nossa dama, a história que aclama
nossa fama embalsama se derrama sangue do inimigo

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