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letra de século lírico - nzamba kabedy

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[intro]
século lírico
propz tommyg
ya
[verso 1]
preso nesta caixa de pensamentos disfóricos
e o único conhecimento que eu tenho é o lógico
perco me no escuro sem trocadilhos
luz e holofotes é futilidades, meu amigo
2001
a partir deste ano vi que não quero ser mais um
velho sentado, a depender do estado
com a vida afogada neste sistema falhado
quero ter o impulso de guevara
pegar numa mota e redescobrir a minha função
(na terra)
liderar todas as frotas tipo pedro bala
rapazes da minha cor morrem com balas
e tu continuas estagnado a ver quando a série acaba
de tantas histórias a luta foi inerente
sempre fui um rapaz prudente
tentando ser estrategista como sun tzu
com rimas liristas tornam a minha prepotência infinita
objetivo é ser diferente dos outros, tipo ter um estilo novo
viajar para marte viver como operário
morrer como o notorious eternamente lembrado
só quero ser notório da zona centro até ao cosmos
professores sem noção a procurarem a razão
dentro dos livros tento apenas encontra-la
na mente dos que já não estão vivos
poetas mortos, um dia serei sócio

[interlúdio]
na melancolia das ruas de coimbra
um homem do lixo para a minha frente
e olha para mim fixamente
dever ter pensado que eu era um gajo imprudente
mas não apenas era um conselho de irmão para irmão
após ouvir as palavras dele vi que com o
conhecimento adquires o poder da razão

[verso 2]
quando era puto andava pelas ruas
em forma de luto viajei mentalmente
e fisicamente agora tento ser culto
rapaz do contra tipo lutero
mas prossigo na sombra, reencarnação de homero
ainda feto nem tenho a certeza se quero ter netos
ando por coimbra e só vejo betos
parecem siameses já perdi a conta das vezes, dos meses
que tento decifrar a existência dos deuses
deixar de olhar para jóias como sinonimo de alegria
tantos olhares postos em mim causam-me alergias
falem com a cia
vivendo dentro do sonho e quando acordar
estarei morto ou com sono?
vivendo dentro do sonho e quando acordar
estarei morto ou com fome?
vida incerta e quanto mais vivo vejo a meta
e quanto mais preso ao p-ssado fico
vejo a fera que parece ser tão bela
apenas tento chegar à meta
16 primaveras desde que vi a luz ao fundo do túnel
as folhas caiam de segundo a segundo
neste mesmo túnel às 16 horas vi a mesma luz
que irradiava a minha memória 16 anos se p-ssaram
e continuo no mesmo túnel com 16 euros de mesada
mas ainda tenho mais de 16 mil rimas para dar pedradas
mas prefiro ser vulto e falar o que me vem na alma

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