letra de gaudério - noel guarany
na estância toda semana eu campereei de sol a sol
e hoje sábado e com gama me corto vera tirana
com duas braças de sol
meu zaino negro galhardo abro o pala em cima da anca
e a larga bombacha branca sobre a badana de pardo
fogoso pingo estradeiro sabe onde vou e onde vai
e segue abraçando o freio a galopito no mais
nas quebradas e c-xilhas as canções das sangas claras
estão pedindo silencio para os rufos do meu lenço
e o alvoroço do meu pala
sobe os pastos do chão de toda quieta querência
o cheiro fino de essência chinoca e manjericão
chaga enfim a paisanita e diz me adeus num lindo mono
coma graça humilde esquisita como a flor d ecinamomo
e no aconchego do rancho dentro da noite invernal
paira um campeiro perfume de flor gaúcha entre o xergalo
cai a geada e o flete relicha branquiando pelo arrepiado
olha noite pela frincha, então osilencio é gelado
é um frio que ninguém se arrima que hai até em noites daquelas
neves coalhadas la em cima na pocilgas das estrelas
e os nosso peitos amantes, o ar parece que corta
que os fogões dos amantes…
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