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letra de relação sem razão de ser - nocas infinito

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verso 1:

eram dois adolescentes, ainda puros e inocentes
cheios de esperança e com uma vida inteira pela frente
conhecidos de infância, mas com rara coexistência
tu sabes, em tenra idade, grupos ditam a convivência
ele era calmo, tranquilo, cheio de amigos
positivo, conhecido pelo constante sorriso
livre como um pássaro sem dar aso a paixões
raparigas só tinham espaço para simples curtições
ela era engraçada, de aparência notável
vaidosa, misteriosa, insegura e vulnerável
sozinha, vinha de um ciclo de amizades perdidas
e conseguiu encontrar guarida no meio dos seus convivas
ele pensou: “gaja gira é bem-vinda
ainda por cima, há aí uma festa no fim-de-semana que se aproxima”
mal eles sabiam no que se iriam meter
do que estava para acontecer e quando iriam sofrer
“sons de festa”

verso 2:

“feta é feta, ninguém drome”, o álcool já se consome
embriagado ele pensou: “qual é a gaja que se come?”
ela deitada numa cama, ele inala a sua chama
e exala a conversa fiada com máscara monógama
ela cede, os seus lábios são entregues
ele agradece e uma estranha atracção floresce
a semana vai p-ssando, eles vão-se encontrando
fins de tarde, o pôr-do-sol il-stra cenário romântico
intenso linguado, é selado o compromisso
p-sso precipitado com resultado imprevisto
o início é bonito, é propício à descoberta
na ingénua promessa de uma relação eterna
primeiros espinhos revelam-se no belo mar de rosas
nem tudo é cor-de-rosa perante situações monótonas
quanto mais se conhecem, eles menos se entendem
discussões aparecem e as palavras já não medem

refrão:
se vives por viver
sem alegria e sem prazer
se amas sem te conhecer
a tua relação não tem razão de ser
se o ciúme ganhar poder
se o ódio aparecer
sentes a enlouquecer?
a tua relação não tem razão de ser!

verso 3:

eles vão cedendo à frustração, perdendo a auto confiança
sorrisos não p-ssam de um longínqua lembrança
rendidos à insegurança e ciúme compulsivo
acabam, recomeçam num ritmo destrutivo
ele já nem tem amigos, tem crises de ansiedade
desconhece grande parte da sua personalidade
ela só está à vontade quando ele não está presente
omite, mente, perdida e confusa no que sente
é evidente o desequilíbrio e discurso antagónico
“eu amo-te!” “eu odeio-te”, isentos de respeito próprio
ambos vão sonhando que o outro renove o encanto
mas cada conversa que começa calma, acaba sempre num pranto
o drama, a incerteza tornam-se numa dependência
droga emocional que extermina a mínima coerência
santo dia, resolvem acabar com o tormento
numa discussão acesa, eles decidem dar um tempo…
“oh pá, eu tou farto disto meu…eu tou a dar em maluco…eu já nem
me conheço, tou-me a p-ssar…eu acho que tou a ficar meio louco…pá
eu preciso de sair fora e seguir em frente…fogo!”

verso 4:

tempo concedido, ambiente mais tranquilo
mas sozinhos, sem referências, sentem um enorme vazio
o ódio subentendido em palavras não dirigidas
o ciúme sufocante ao vê-la com outras companhias
ele decide afastar-se, tentar-se reconhecer
mas a investida acaba na boca de outra mulher
nova desilusão e esta sabe a traição
sem direcção, ele insiste em retornar à prisão
ela concede, não mede as consequências do seu ato
ele está desequilibrado e com um segredo guardado
num desabafo, o seu erro acaba por vir à tona
ela chora, mas perdoa e coloca o ressentimento em coma
reinício, querem começar do zero
entusiasmo precoce que até parece ser sincero
vai dar merda! qual será o motivo?
já não se encontra um caminho com um rasto tão destruído
“nah…agora é que estamos mesmo bem…a sério! falei com
ela…fizemos as pazes…pá, eu acho que é desta…não sei, a cena tá
diferente…acho que tamos um bocadinho mais maduros…”

verso 5:

pois é, foi bonito, até surgir o primeiro atrito
o ódio retraído quase que p-ssa a ser físico
-ssustada ela termina, ainda surpreendida
ele já não é o mesmo e é o próprio que confirma
p-ssa uma semana, ele fica chocado
ela sai de casa de um gajo com cara de caso
ele tenta-se acalmar, mas a raiva é demasiada
oferece-lhe um soco e cospe-lhe na cara!

refrão 2x
scratch: “if you neva went crazy, you ain’t been in love”

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