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letra de última noite - nerve

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[intro]
yeah
nerve
na mina

[verso 1]
o problema desta cidade é a criminalidade? não
o cimento, o cinzento, ou o graffiti novato? não
os -ssaltos? o medo? becos apertados? disparos?
as mil tabuletas de “perigo de morte” em todo o lado ou quase?
a oscilante luz vermelha e azul nos bairros? não
o fumo das armas? o fumo do tabaco? o fumo dos carros?
os autocarros? comboio? o metro à noite? não
o problema desta cidade é que eu não vejo o horizonte!
estou morto. não vou escapar ao inverno que se aproxima
então vou gastar os mantimentos agora e partir em grande, querida!
eu sou um gigante – pisa-me!
faquir a dormir em cima de arranha-céus. eu não p-sso despercebido
vocês sabem que eu lido com o ego destes putos
género: “oops… querida, encolhi os miúdos!”
eu quero aquele conforto de quem é leve como plumas
e se pode dar ao luxo de dormir estendido em nuvens!

[refrão]
o que é que se p-ssa hoje na cidade? tempo pára
o que é se p-ssa? o tempo, o tempo, o tempo pára!
arranha-céus ondulam, cimento ganha cores!
porquê hoje? porque os halos brilham mais na última noite
quê? halos brilham mais na última noite!
halos brilham sempre mais na última noite!
halos brilham sempre mais na última noite!
porquê hoje? porque os halos brilham mais na última noite!

[verso 2]
quero o conforto de quem é leve como plumas
e se pode dar ao luxo de flutuar sem fumar uma (ou duas)
quero asas de penas brancas e ser imortal
semente do mal a jogar ao disco voador com o meu halo!
hoje a festa é na lua
até vou trazer a miúda, então metam cl-sse nesta espelunca!
nunca mais na vida vou voltar à cidade escura
para ver uma paisagem urbana reflectida numa água imunda
porque o cheiro mete nojo, o cimento está mais cinzento
e o plástico tem hoje o gosto oposto ao gosto que eu gosto
e não estou morto, nem louco ao ponto de estar cego. eu mostro
o monstro que todo o povo vai ver mais tarde, aposto
o prob desta cidade é que eu não vejo o horizonte!
é o sufoco! e eu não consigo respirar bem, estou rouco!
só mais um pouco de oxigénio resta
tragam as miúdas para aproveitar a minha última noite na terra

[refrão]
o que é que se p-ssa hoje na cidade? tempo pára
o que é se p-ssa? o tempo, o tempo, o tempo pára!
arranha-céus ondulam, cimento ganha cores!
porquê hoje? porque os halos brilham mais na última noite
quê? halos brilham mais na última noite!
halos brilham sempre mais na última noite!
halos brilham sempre mais na última noite!
porquê hoje? porque os halos brilham mais na última noite!

[outro]
em qualquer noite. (em qualquer noite.)
sistema intravenoso brilha sempre em qualquer noite
halograma shit brilha sempre em qualquer noite
matarroa, foda-se, brilha sempre em qualquer noite!
em qualquer noite
yeah
nerve
na mina

[interlúdio]

[verso]
era uma vez um tipo bonito que numa noite se perdeu
em cabras e vinho tinto e esse tipo era eu
afastei-me do meu grupo, aventurei-me pela cidade
a vaguear em ruas escuras onde nunca tinha andado
alucinado! olha para mim, todo acelerado
perdido entre a vontade de vomitar e a habilidade para voar!
eu tenho asas, juro que tenho!
também tenho um gnomo no meu quarto… deste tamanho!
tentei deixar esta vida, acho que não deixei
aqui estou eu, de novo, a falar com um candeeiro!
eu não estou bem! não consigo ler a tabuleta
então paro e peço direcções a um bebé bêbedo
“olha para o teu estado!” – disse-me o pequeno pulha
“hás-de estar todo queimado quando chegares à minha altura
mas vim para te ajudar a p-ssar por um caminho dúbio
e para te vir dar o recado de que isto é tudo um interlúdio!”

e eu:
pára, pára…
parou! hey, parou!

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