letra de não levantes o tom - mura & stereossauro
[intro: ikonoklasta]
vincos se aprofundam no rosto
ravinas de desgosto
pelas fintas, pelos tombos
pelo estilhaçar de sonhos
a paranoia de que todos
nos fitam com ar de gozo
o que faltou? humildade ou sabedoria?
para se aceitar ser uma folha pequenina
de um galho, de uma árvore, de uma floresta pequenina
a relevância qual seria? para a floresta, nenhuma
para a árvore, alguma
para o galho uma fortuna
frustração que deriva da ambição
quando pra folha, ser a floresta é a aspiração
e algumas dão-se bem, são centro de atenção
mas, por regra é efémera a condição
ainda se celebra quando, de supetão
o ciclo s’encerra por combustão
então, sem querer ser o ancião
que falando com vagar e com tom de sabichão
voz da ciência da moral e da razão
deixo só a sugestão
s’atira do penhasco se quiseres
mas depois não vem me foder o juízo
com mimimi: “‘tou deprimido”
porque todos temos de viver
com as nossas escolhas, foda-se
[verso 1: mura]
às vezes eu vou atrás, outras vezes és tu
não sei se notas mas à volta são arames
numa prisão onde eu não dou sentimentos como antes
não me afogo álcool como se fosse um mártir
o meu modo é agarrar-me ao bom ate parece fácil
mas realmente nisso podes-me chamar-me frio ou básico
porque não me afeto man com facilidade
é preciso puxares o fio ao máximo, ninguém é de elástico
portanto, se te mandaram p’a um sitio
boy, não aches estranho, eu até já acho simpático, ok
[refrão: mura]
não levantes o teu tom
tu não levantes
senão já não sabes quem eu sou
[verso 2: mura]
nunca tive em nenhum jogo
no meu modos operandi
nunca brinquei com o fogo
queimava-me só num folgo
o que eu movo é como um glovo
saiu das cinzas boy e sinto-me como novo
dou oportunidades não meto tudo mm saco
a questão é haver variedade
e não rotinar, senão ao que é que sabe?
a minha paixão sempre foi a musica
acima de qualquer dama acima de qualquer amizade
não é propaganda é a minha canadiana
pa conseguir andar, sem levar uma semana
boy a conseguir provar-te
eu sou um farol no meio tempestade
não vivo num protocolo
porque só quero o bem estar
eu tou aqui para ti seguro-te quando cais
quando vais na escuridão eu sou a paz
eu sou voz te puxa para tu abrandares
e para veres que ate não custa nada acreditares
isto é como subir andares
e nunca olhar pa trás a serio boy nunca pares
não fujas boy pq é raro é uma dadiva
e eu considero a vida uma bênção
não vivo-a escrava como pensam na pratica
a felicidade basta, para mim nunca se gasta
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