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letra de puto charila - mundo complexo

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[letra de “puto charila]

[verso 1]
lembro, lembro, lembro, lembro muito bem
quando eu era pequeno
e aquilo que passei
joguei ao berlinde, joguei à apanhada
era tão traquina e só fazia cagadas
na infância ser assim acho que faz parte
mas roubar a fruta do vizinho isso é que era arte
e que saudades tenho, e tenho
orgulho dos amigos que brincaram comigo quando era miúdo
‘tou sinto mano confirma ai
a beleza de ser criança e ainda está dentro de ti
então diz-me o que é que é crescer?
ser adulto, obrigado a algo fazer
então chegaste à minha conclusão (claro irmão)
a nossa infância foi diferente mas não foi em vão
aqui estamos nós: crescidos, endurecidos
e pr-ntos para lutar(pr-ntos para lutar)

[refrão]
a minha infância não esqueço
para sempre quero senti-la
chamo-te maria rapaz, e tu a mim puto charila
pontapés numa bola
quando saia da escola
era tudo o que importava até perdia a mochila

esquece lá essa bola
então não gostas de mim?
foste tu que me ofereceste aquela flor de jardim
até faltaste ao encontro para não faltares na baliza
são apenas coisas simples
que a inocência eterniza

[verso 2]
ainda me lembro das nossas idas à praia
mesmo nos dias em que o sol não refletia na muralha
o vício pelas ondas qualquer coisa superava
e mesmo com tempestades eu nunca ficava em casa
agarrado à prancha e descer a avenida de skate
e engraçado lembrar
mas foi na praia que aprendi o meu primeiro passo de break
sei que o tempo é distante
mas bons momentos não esqueço
e é aqui que eu pertenço
lembro o varela e o pini
e toda a gera vizinha
que parava no moinho a dar voz a uma cantiga
puto gil, no chile, espero que estejas baril
no outro lado do mundo
num ambiente tranquilo
foi com vocês a infância
é com vocês o crescer
mantendo sempre a ideia: há que lutar para vencer
aos meus amigos antigos
hoje separados por tempos
e quando de vocês me lembro só relembro bons momentos

[refrão]
a minha infância não esqueço
para sempre quero senti-la
chamo-te maria rapaz, e tu a mim puto charila
pontapés numa bola
quando saia da escola
era tudo o que importava até perdia a mochila

esquece lá essa bola
então não gostas de mim?
foste tu que me ofereceste aquela flor de jardim
até faltaste ao encontro para não faltares na baliza
são apenas coisas simples
que a inocência eterniza

[verso 3]
passei a infância na ânsia de me tornas adulto
hoje crescido às vezes gostava de voltar a ser puto
sou o miguel de carcavelos
ainda com poucos pelos no corpo e na cara
não era muito traquino
mas tinha o meu tempinho de irmão metralha
como na primária
quando me escondia de baixo da escada
para ver o que ocultava a mini saia da soraia
eram tempos em que tudo parecia ter magia
até quando partíamos com a bola o vidro da vizinha
sem computador e carrinhos com motor
sem gameboy’s e com algum suor
construíamos cabanas e carrinhos com rolamentos
e quando as nossas mães nos chamavam
não sei porque ninguém respondia
porque isso diminuía o nosso flow
mas sempre que ela me chamava eu dizia já vou
até que se chateava, descia
e ai começava o bofetadas, show

[refrão]
a minha infância não esqueço
para sempre quero senti-la
chamo-te maria rapaz, e tu a mim puto charila
pontapés numa bola
quando saia da escola
era tudo o que importava até perdia a mochila

esquece lá essa bola
então não gostas de mim?
foste tu que me ofereceste aquela flor de jardim
até faltaste ao encontro para não faltares na baliza
são apenas coisas simples
que a inocência eterniza

[outro]
naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa
naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa
naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa
naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa
naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa
naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa naa

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