letra de o canto do carreteiro - miro saldanha
sonolento fim de tarde
de um retalho de verão
cascos que vieram de longe
martelando sobre o chão
pés descalços na poeira
marcas de calo na mão
lábios que juntam sem pressa
fragmentos de canção
(vai, carreta vai,
rodando vai,
que o tempo é patrão
em cada roda que gira
corta tiras deste chão
vai, boiada vai,
que há bocas que choram
com fome de grão
e da terra que o boi am-ssa
vem a m-ssa do meu pão)
à noite, vem a saudade
se chegar branda e faceira
cantando frases perdidas
da toada carreteira
as mãos, num gesto de fada,
torcendo vestes caseiras
penduram trapos de sonhos
nos arames da porteira
(vai, carreta vai
rodando vai,
que o tempo é patrão
em cada roda que gira,
corta tiras deste chão
vai, boiada vai
que há bocas que choram
com fome de grão
e da terra que o boi am-ssa
vem a m-ssa do meu pão)
ainda, a última brasa
teima em ficar acordada
queimando um resto de vida
na fogueira já cansada
lá se vai o carreteiro,
deixando atrás a toada
escrita em letras de poeira
pelos cascos da boiada
(vai, carreta vai
rodando vai,
que o tempo é patrão
em cada roda que gira,
corta tiras deste chão
vai, boiada vai
que há bocas que choram
com fome de grão
e da terra que o boi am-ssa
vem a m-ssa do meu pão)
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