letra de passeio mental - mind da gap
“então, tudo bem?”
“ehhh, oub’lá”
“tás porreiro ou quê?”
“curti tótil”
“que é que estás aqui a fazer?…”
“pá, tenho que levar aqui uns mcs a p-ssear, uma excursão”
“uma excursão de quê, caralho?… pensamento?”
“lá tá, mais ou menos…”
“queres levá-los a p-ssear?”
“vamos lá!”
“posso ir?…”
“todos juntos…”
[presto]
objectividade, é o ponto essencial
basicamente original, é mesmo fulcral
que tecnicamente falando, vou rimando
pelas linhas desta folha que me está olhando
cansado, não estou mais pó catastrófico
quando comeco outra estrofe, fantástico!
apocalipse na ponta de simples caneta
poeta sempre serei, mas não quero ser profeta
com’esta actividade intelectual, queimo o cabelo
começa o sistema d’arrefecimento cererbelo
as minhas células cerebrais, saltam d’alegria
paro por um momento e penso, quase m’esquecia
a rima não acabou, não vou cessar ou acabar
a poesia não podia parar de fluir, vou continuar
vai sair, mais uma intercalada, cruzada, são promenores
isto não pára nunca, nem quando fecho os estores
as persianas, vou dormir, sonho com uma letra
e outras, muitas mais, juntam-se, fazem uma festa
[refrão]
leva a tua mente a p-ssear
sentes o teu pensamento a vaguear
[ace]
original, a maneira como eu venho pra mostrar
o modo, modus vivendi, rima que está a rimar
a filosofia é o ritmo combinado, entre:
a batida e a rima, não sejas crente
ouve bem o que te estou a dizer, a dizer, a dizer
pergunta a mais alguém o que é que está a acontecer
sentes as tuas papilas gustativas a estalar
o teu nariz sente o odor, estás a cheirar
o que os teus ouvidos estão mesmo a ouvir
fecha os olhos e mesmo -ssim não consegues deixar de sentir
a rima como ganchos por debaixo da tua pele, rasga!
desligas-te de tudo e sentes o rap que raspa!
na tua ferida, querida, a voz que tu ouves
terrivelmente disfarçada, de facto não é o que tu ouves
mas, sob a capa do conselho, entras na espiral
para onde te levo eu, co’a rima original
[refrão]
leva a tua mente a p-ssear
sentes o teu pensamento a vaguear
p-ssear
vaguear
[ace]
o teu ego perdido, posso dizer? estás fodido!
só porque eu não fui como os outros, comprado ou vendido
estás escravizado, acorrentado, já não podes pensar
comando o pensamento, ainda te falta encontrar
o sonho que estavas a ter quando eu (uh!) penetrei!
na tua mente, quando te (uh! uh!) encontrei!
e dominei o teu pobre, agora, fraco intelecto
tinhas cérebro, agora só te resta o feto
duma ideia, distante, apagada, mmmaaaaahhh!
pensas que te vais libertar, naaaahh!
só quando eu quiser, sou teu mestre e senhor
quando inspiras é um verso, quando expiras é suor
e dor! nada de ar ou mesmo água oxigenada
contaminada co’a teia da tua psique parada
vou contar até 3 e vou estalar com o meu dedo
podes abrir os olhos e sair deste segredo
1-2-3! acorda português!
“levanta!”
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