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letra de cara - mema fita

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duas da tarde, jardim germânia
lado sul do mapa, a toca
pirata sobe do parque, sem novidade

o salve que é dado, encosta

na quebra, ideia vai
maloqueragem à vontade
um dia normal, tarde quente cai
rolê de anos atrás, papo de paz

é ferias nas escola dos menor′
linha chilena colore o céu
quebrada tranquila sem b.o
futebol na quadra sem troféu

jardim são vitor, enoc
viela, quebrada, favela, vt
palio weekend, sirene, maldade
e colete, ponto40 e várias no pente

e da rua de trás ela veio
lembro como se fosse agora
o dia e a hora
a cara do rato e o frio da pistola

morar no gueto é foda
minha mãe sempre alerto que era perigoso
pm pega e favelado gela
mesmo sem nada no bolso

abriu a porta e mando encostar
caça, abusa da situação
distante do batalhão, área de exclusão
olhares ao chão, grito, palavrão

vai, cala a boca, encosta, vai!
todo mundo de costas com a mão na cabeça
mora onde? tá fazendo o que, hein?
volta aqui, carai’, me respeita

clima tenso, eu preso na mão dos verme
que mata menor pela cor, fudeu
levantei a cabeça, olhei pra frente
o rato ganho, se atacou, fudeu

dispensou quem ′tava, chamou na xinxa
os morador’ cola, esse foi o deixa
ele disse que é trabalho de rotina
e tá tudo em paz, sutíl como gueixa

tá bravo por quê? grito com meu mano
ganhei a cena, ele todo, todo
vizinho que ‘tava e viu da janela
comenta que bateram e não foi pouco

me puxou pela camisa dando soco
do meu bolso tira, a carteira e o isqueiro
filho da puta de cinza treinado
que entra no gueto pra espalha medo

eu fui pra trás, ele andou primeiro
bateu de novo, riscou, pois fogo
queimou minha barriga, enquanto perguntava
se eu era louco de olhar de novo

confesso, essa hora dá medo memo′
nunca se sabe do que é capaz
quem mata estudante universitário
em quadra de colégios estaduais

maldade tipo na mão que pegaram
o alexandre na rua do astro
deram com o cabo da doze no peito
mais de dez vez′, sem remorso

tipo na mão que botaram o peteca
na viatura e subiram o morro
desaparecido, encontrado morto
dias depois pela mata do horto

casa de detenção, 92
candelária e vigário geral, 93
2015, barueri, osasco, itapevi, 23
no jardim são luiz foi mais seis

4am, em frente o bar, distante da madá
onde os boy’ tem aval
pra dar dois e pode cafungá

pensei: agora fudeu pra mim
filho de pobre, a chance é zero
o verme diz que vai me matar
pra eu colaborar que não tem mistério

é o seguinte: cê vai morrer, cê vai sai andando
eu vou manda você corre (cê corre)
eu vou manda você parar (cê corre)
eu vou manda você voltar (cê corre)

é melhor não se coçar
se meter o loco, cê tá fodido
se chamar atenção dos vizinho′
eu volto, e vai ser pior, já tô decidido

vim preparado, treinei bastante
pmsp, mato sem preguiça
e geral vai ver que eu matei você
porque ‘tava armado e correu da polícia

- mema fita

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