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letra de vegeta - mayal_31

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nem tudo aquilo que eu canto
é feito de poesia
mas nada disso é pretexto
para falta de qualidade

quero fazer disto o dia a dia
viver para a melodia
vou fazer da minha voz
a que canta o meu próprio fado

ninguém começa no topo
e eu não fujo à regra
vim para arrebentar com o mundo
estou tipo o vegeta
tenho tempo mas não o perco
e por isso é que eu garanto
que não espero para ser vedeta
para dizer que eu sou o mestre da criação

cuspo até perder a noção
sе não te satisfaz a broa
então bro muda de estação

só ouvеm o capitalismo
e a voz da ostentação
e eu toda a vida ouvi dizer
que migalhas é pão

não é o rap que me mata a fome
mas eu entrei para matar
hei de brilhar mais do que as luzes
dos palcos que me iluminam

motherf-ckers querem guito
e eu faço isto just chillin’
e hei por a tua b—-
à espera de ser autografada

não passo de um pequeno rapper
ainda assim sou o mais fodido
vou continuar a crer em deus
enquanto eu for um nado vivo

não estou nem perto da idade
de bater a caçoleta
enquanto isso vou continuar
a meter nojo a muita gente

vou continuar a bater nisto
e se paro? deus me livre!
o chavalo está meio freak
“não há pai para mim”

por isso falem bué de mim
falem daquilo que quiserem
só vos fico agradecido
pela publicidade grátis

sempre escrevi umas cenas
e nem fui muito estudioso
troquei os livros pela g3
com 18 anos de idade

e um beijinho para a “stora”
que dizia que eu nada seria
se bem que nem tudo o que escrevo
é traço de personalidade
não é razão para que se diga
que sou mais ou menos artista
mas às vezes as obras
parecem não passar de metáforas

mas também porque exigir
aquilo que não se pratica
exige o ideal da escrita
o que nem sequer escreve nada

mas deixa estar os abutres
a pitar as minhas migalhas
não fazem por desenvolver
nunca saem da cepa torta

ainda se tripam, que ousadia!
mas calados eram poetas
também melro que canta muito
já comeu muita minhoca

eles metem-se na toca
e o coelho sou eu
dizem que isto “tá bonito”
qualquer dia abrem-me um museu

e a falta de sanidade?
não pode ser tudo cisma
puxo vos o autoclismo
pela vossa falta de carisma

é a vossa falta de carisma
e a minha falta de consciência
mas nisso ponho pedra em cima
é sempre a andar e a comer iscas

é da vossa biologia?
não vale a pena pedir desculpa
só alimentam o ceticismo
sobre o avanço do movimento

e essa falta de movimento?
e vossos jardins sem fruta?
como não sinto a concorrência
nem sei se entrei na disputa

vivo à base de não por na base
aquilo que tem perna curta
vim sem o chapéu
para ser um filho da labuta

letras aleatórias

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