letra de agradecer - max b.o.
[verso 1: max b.o.]
um chá pra abrir o caminho
o destino deu a diáspora
não dá pra seguir sozinho
sem vizinho na sua, a rua é áspera (tá ligado?)
eu invoco a ancestralidade
matriarca e marca da tradição
nesse giro os mago trazem na arca
um papiro que é um grito do coração
pelas veias abertas da madrugada
partindo pra guerra com minha espada
proteção e que nada mal aconteça
quem não dá ouvidos perde a cabeça
é arte da guerra entre o bem e o mal
uma cobra coral no meio do mato
machado do juízo, água natural
batucada agradece o que tem no prato
sem dar p-sso em falso quem pisa descalço no chão do terreiro
quintal preservado por antep-ssados, que hoje eu sou herdeiro
eu peço a licença pro tambor e a benção, meu pai
pra que o filho do filho do meu vô lembre que o amor é mais
[verso 2: froid]
fuga coletiva pela selva, deixaram a janela aberta
branquinha com mestiço pela selva, amor no bolso da berma
protegida por feitiço pelas avenidas da terra
perdoe as ofensas como perdoamos a quem nos tem ofendido nessa merda
eu andei no sol, mas não andei só
eu tinha uns apelido tipo nescau
eu tinha um time forte, parecia um pau
algo na cabeça parecia um nó
se dois fal-ssem disso, parecia um só
se três fal-ssem disso, parecia um só
se alguém não entende disso, me parece mal
e o mal tem um gostinho que simula o bom
eu sou um viajante no som e um viajante do tempo
no espaço mais cósmico, no solo mais sísmico
sou como fósforo, sem oxigênio
morro sempre após o meu brilho
mas eu sou como sou, um brilho depois do morro
a minha pele tem sal e alguns vestígios de fogo
guardião universal dos segredos do mundo
igual no discovery ligaram bem na febre do ouro, uau!
[pré-refrão: max b.o.]
um canto pra poder firmar, pra estabelecer
sintonia entre a terra, o céu e o mar, luz do anoitecer
o açoite não vai me alcançar, é ir pra luta sem medo
batalhas sei que vão chegar, mas eu levanto cedo
[refrão: max b.o.]
pra agradecer, “opa”
quem quer alcançar tem que agradecer, “oke”
a nossa tradição que faz prevalecer, “oiá”
pisa com força no chão pra sempre lembrar
que foi desse chão que a nossa raiz se firmou nação
pra agradecer, “oba”
quem quer alcançar tem que agradecer, “ieiê”
a nossa tradição que faz prevalecer, “iaiá”
pisa com força no chão pra sempre lembrar
que foi desse chão que a nossa raiz se firmou nação
[verso 3: max b.o.]
quebra a corrente, bate o tambor
terreiro, meu terreiro canto
um canto no canto da casa
um lamento no navio da dor
um suspiro de amor, amor tanto
sete vezes caio, oito levanto
acalanto que enxuga meu pranto
manto banto, jeje e nagô
swing na sola do pé
e um axé sobre a ponta da lança
pescador bom respeita a maré
e os mais velho ensina as crianças
[pré-refrão: max b.o.]
um canto pra poder firmar, pra estabelecer
sintonia entre a terra, o céu e o mar, luz do anoitecer
o açoite não vai me alcançar, é ir pra luta sem medo
batalhas sei que vão chegar, mas eu levanto cedo
[refrão: max b.o.]
pra agradecer, “opa”
quem quer alcançar tem que agradecer, “oke”
a nossa tradição que faz prevalecer, “oiá”
pisa com força no chão pra sempre lembrar
que foi desse chão que a nossa raiz se firmou nação
pra agradecer, “oba”
quem quer alcançar tem que agradecer, “ieiê”
a nossa tradição que faz prevalecer, “iaiá”
pisa com força no chão pra sempre lembrar
que foi desse chão que a nossa raiz se firmou nação
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