letra de com a lida ao tranco - mauro moraes
uma cantiga estradeira de marcha batida
uma tropilha tordilha pras léguas de chão
o vento açoitando meu rumo nas franjas do pala
a história vivida não cala o que ficou pra trás
o tempo aperta os arreios num livro aberto
e a mesma alma que voa é a que tranca o garrão
por ter horizontes nos olhos carrego esta gana
da gente gaúcha e pampeana abençoada por deus
mirando longe com a lida ao tranco
e o pago inteiro dentro do coração
de rédea curta reparo o campo
onde as estâncias dão serviço à inspiração
uma prosa se apeia tranqüila na beira do fogo
pra um mate jujado com gosto de essência e raiz
a flor que perfuma a poesia rebrota na espera
com cismas de primavera empochanda de luz
a vida tranqueia nas abas do meu lombilho
e o laço depois de outro tiro descansa nos tentos
meu sul é meu mundo campeiro razão de existência
é um verso de amor à querência, é quem fala por mim!
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