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letra de beira da avenida - marcello gugu

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[refrão]
cada posto de avenida é um deserto sem água
lotado de anti-herói e metralhadoras de mágoa

[verso 1: flow mc]
não se abala não nóiz embala jão o sub estrala o porta mala
grave fala altão , voz mó pala então moto batendo bengala
tamo extinção pique coala, os menino que não se arrasta
tamborzão de mpc balança as placa entusiasta
de mulher a terra é vasta, de casada nóiz se afasta
funk elas gosta e os leque gasta agilidade de ginasta
flex no fluxo no lixo mó luxo
bafinho é o cartuxo que dispara os bruxo
só eu que não puxo quero logo um vinho
elas vem de mansinho, vários negocinho
e nesse caminho eu não tô sozinho bolado com os anti-herói
e essas peça no jogo não é de brinquedo da tectoy
no aquecimento os menor destrói, oiá só a cara do boy
é pilacagem que te dói ao lado a loja da leroy
pode filma boris casoy, no racha se racha o coco
decifra a frase no capa da rapa que ser loko é poko
se entoca no posto, beira d avenida e já se inicia o esquenta
se mosca no rosto se sabe na vida nem tudo é o que aparenta
tamo ai no mundão, sem caça emoção
alguns quer sensação, elas locomoção
sente fixação no olhar dos vilão
avesso do que você prega negão
o ritmo é vila que nunca oscila
e nessa batida nóiz chama a tequila
camisa da billa, é pique o j. dilla
ascendo no clima que essa é da pila

[refrão]

[verso 2: marcello gugu]
daqui lajes e telhados são quase iguais a coberturas
pois tocar o céu nunca teve haver com altura
uns vem pela cura, uns tão pela praga
trazendo palavras secas em verdades vagas
funções são pandoras, cordéis de lampião
é como se o jardim do éden cri-sse monstros no porão
de coração frio russo tá eu e os bons vivã
camuflando rancor em sorriso de marzipã
entre damas da noite e dentes de leão
vinho bordo em copo plástico entorpece depressão
lugar onde ambição é sentimento n0bre
e faz pecadores ricos odiarem santos pobres
pelo chão, garrafas de aguardente
som alto pra que os amigos no céu possam festejar com a gente
pecado cintila em privação do sono
o posto é o lar dos bravos, onde reis morrem sem trono
na sombra a solidão te envolve
inflama suspiro oco em coquetel molotov
a noite o mundo move casórios de madrugada
e o dia joga arroz em nóiz, pois casamos com a estrada
bagunça organizada ao som do tambor
música obscena na forma de louvor
e se por algum fator, nos negarem o céu
a gente encontra o paraíso em camas de motel

[refrão]

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