letra de menina - mar
[introdução: mar]
quem vive no convento
é que sabe o que vai lá dentro
deixa a ferida airar, e a cura ao sabor do vento
liberta essa criança magoada e sem alento
dá-lhe voz porque é daí que vem o teu talento
[refrão: mar]
se tu não lhe ensinares, como queres que ela aprenda?
se não a protegeres, como é que queres que se defenda?
ela tava tão trancada, prеcisa d’uma chave de fendas
põе-te mãos à obra, dá-lhe amor e não te ofendas
[verso 1: mar]
há palavras que vêm a mal e conselhos que vêm por bem
não podes escolher ouvir apenas o que te convém
afinal de contas, quem se pica, agulhas tem
então se ‘tou a sangrar tenho de saber d’onde é que vem
após o meu pai falecer, a nossa casa ficou fria
ficámos nós as duas, mas sozinha eu me sentia
a minha mãe não tinha condições, é que ela nem sabia
como curar-se a si, quanto mais à sua cria
passado um par de anos, entrou um homem cá em casa
ela encontrou alguém que preenchesse a nossa sala
quem diria, naquele momento, que viria a maltratá-la?
com o passar do tempo e a cada garrafa vidrada
ele virou tudo do avesso, o ar tão espesso, que nem respirava
o primeiro problema era eu
pois passámos a ser as duas, apesar da casa ser nossa, nós é que tínhamos de ir p’á rua
[refrão: mar]
se tu não lhe ensinares, como queres que ela aprenda?
se não a protegeres, como é que queres que se defenda?
ela tava tão trancada, precisa d’uma chave de fendas
põe-te mãos à obra, dá-lhe amor e não te ofendas
[verso 2: carolina deslandes]
se me perguntares como é que eu ‘tou, eu vou te dizer que ‘tou bem
mas se queres saber a verdade, eu ainda não recuperei
do dia em que o meu pai saiu e deixou a minha mãe
eu vi-a chorar um rio sem saber nadar, mas hoje sei
eu sou filha de em filho da branca e da meia laranja
de um casal que era ventoso, mesmo quando o vento abranda
dos gritos e do desgosto, de uma mulher que o ama
e depois dele sair, não sabia sair da cama
a minha mãe foi mãe e pai, mesmo de coração partido
e se um dia a julguei, hoje quero aprender com isso
o meu pai tá limpo e recebe-me com um sorriso
achei que quando fosse mãe ele já nem estaria vivo
por isso, peço desculpa se a minha dor os ofende
mas a menina que fui ainda ‘tá viva cá dentro
tem medo do abandono e tem medo do casamento
por isso é que ando longe e às vezes não vos atendo
há uma voz que ecoa e me diz p’ra ser prudente
porque a máfgoa que é de sangue ainda faz sangrar a gente
prefiro virar a cara e não ver o trauma de frente
porque a mulher perdoa, a menina não vos entende
[ponte: mar]
também julguei minha mãe
foi nela que me tornei
quem tinha menos p’a dar foi a quem tudo eu dei
fiz-me tão pequena e, me’mo assim, não encaixei
o efeito da dor muda, desta vez fui eu que me mudei
ansiedade comia-me por dentro até p’a ganhar peso
lutei
e hoje só agradeço pelo peso do qual me livrei
[refrão: mar, mar & carolina deslandes]
se tu não lhe ensinares, como queres que ela aprenda?
se não a protegeres, como é que queres que se defenda?
ela tava tão trancada, precisa d’uma chave de fendas
põe-te mãos à obra, dá-lhe amor e não te ofendas
se tu não lhe ensinares, como queres que ela aprenda?
se não a protegeres, como é que queres que se defenda?
ela tava tão trancada, precisa d’uma chave de fendas
põe-te mãos à obra, dá-lhe amor e não te ofendas
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