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letra de dignidade - mano rick

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[refrão: lucas consentins]
e se eu fosse o meu de ontem
vestindo as mesmas cores na avenida
pré-definidas feridas
e a cada pedra no pé

ser de novo o mesmo homem
pintando com a aura uma avenida
redefinindo a própria fé

[verso 1: mano rick]
seja bem vindo, é esse o lugar onde o lixo é jogado
dignidade é a luta do dia
nadar contra a maré, construir um legado
onde como copos descartáveis, corpos são descartados

jovens que sonham alto vendo a propaganda da tv
mas quando acordam não há nem o que comer
reside na vila, roupa simples, pele еscura
desde cedo é еlemento suspeito pra viatura

assim constituiu-se a conjuntura
segregação social, hoje desdenhada em discurso b-n-l
pra sociedade ideal periferia é anomalia
o acesso é reduzido e o discurso é a meritocracia
a história explica, quem se nega replica
direitos são conquistados mas na prática não se aplica
e o governo reflete a sociedade
e assim como o governo o centro nega essa realidade

[refrão: lucas consentins]
e se eu fosse o meu de ontem
vestindo as mesmas cores na avenida
pré-definidas feridas
e a cada pedra no pé

ser de novo o mesmo homem
pintando com a aura uma avenida
redefinindo a própria fé

[verso 2: mano rick]
então, é só parte da negação
infraestrutura, lazer e educação
jogado a margem com pouco orientação
mais perto de mim quem tem o lucro na mão?

todo o caminho que te inclina ao precipício
o conhecimento negado mudaria isso
e se a gente passasse a se perguntar
como as armas de alto porte chegam do lado de cá?
e se a gente passasse a se perguntar
como a droga estrangeira para na mão do moleque
tudo que é ruim chega fácil por aqui
político em eleição, covarde pra agredir

covarde pra atirar e omitir
gente estranha nas redes pra dizer que o sofrimento é “mi, mi, mi”
tirando a conclusão com opinião sem base
o achismo é um atentado a realidade

[refrão: lucas consentins]
e se eu fosse o meu de ontem
vestindo as mesmas cores na avenida
pré-definidas feridas
e a cada pedra no pé

ser de novo o mesmo homem
pintando com a aura uma avenida
redefinindo a própria fé

e se eu fosse o meu de ontem
vestindo as mesmas cores na avenida
pré-definidas feridas
e a cada pedra no pé

ser de novo o mesmo homem
pintando com a aura uma avenida
redefinindo a própria fé

- mano rick

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