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letra de ângulo morto - majestic t.k

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[intro]

ignorância é bênção e não padeço desse mal
esqueço o preço, ando a ver se o que penso vale
venço, para que nem um terço do que eu mereço falte
se vi descrença no berço, dispenso o enxoval
desconheço a plenitude de grandes vidas
só a amplitude das descidas
longa vida a quem estimas
e quando miras brande figas
amiúde, só te desejam saúde quando espirras

[verso 1]

há quem despreze a qualidade dum ressurgente
já não perco tempo a olhar para essa gente, vamos
crê que o nosso potencial é fulgente
o sucesso não é dor nem felicidade, ele surge entre ambos
planos de viver à vontade e fazer disso hábito
mas preservar a dignidade é um exercício árduo
não excluo a eventualidade de ser amaldiçoado
tendo a olhar para o que falta, mas ela dissuade-me
usei álcool como anti-cépticos
em vão, a traçar bissectrizes
sobre valas às quais decepções vão dar
és tu próprio quem te impede de voltar
são lições a que não te consegues baldar
o epitáfio da minha lápide já mal se lê
perdi tanto brio que contrario lavoisier
esta crueza não é a mesma que a praça vê
finco o pé com fé mesmo que nem a taça dê

[pré-refrão]

frac-ssos voltaram para me dizer que as minhas falhas nunca mudaram
foram noites a pensar no que podias ser e nas chances que bateram no aro
frio e soturno, vi-me sem futuro, mesmo a dar cartas sem ser tarot
todos os que vês do meu lado caíram em batalha, mas nunca recuaram

[refrão]

prego a fundo rumo a um maior conforto
tento pôr os problemas num ângulo morto
apercebi-me que vim o trilho todo a caminhar sobre vidros que sobreponho

ângulo morto, onde deambulo trôpego
e estrangulo o pouco que é meu
ângulo morto, com o diabo no corpo
eu torno-me outro que não eu

[pós-refrão]

nunca foi minha intenção magoar-te por maldade
para quê insistir na especialidade se sou mal pago?
sabes que culpo a minha personalidade por não dar
se estou no inferno então faço o diabo sair do meu lugar

[verso 2]

não distante jaz a corda
e, nada obstante, a aurora
onde estanco esta horda
consoante a ansiedade outorga
gestante da inércia restante da cilada de outrora
lugares aqui estão lotados
escusas de insistir em contactos
vi através de ti como tac´s
cismas exíguas em metástase
que tornam prodígios em lástimas
têm os dias contados

o medo penhora a mente na vertente dos quases
o sofrimento ancora cedo quando sentes o que fazes
não te martirizes por não teres controlo em rotas
o triste não é ser pobre, é ver consolo em notas
prevejo bom tempo vindo de barlavento
para quem só viu alento no interior do ventre
o acaso faz sentido para quem aprende
e o frac-sso só é restritivo quando te entra na mente

[bridge]

já os novos de ontem são os velhos de hoje
e sei de cor cada ruga do teu rosto
grito ao vento o que eu herdei das dores
para não deixar quem somos morrer connosco
absorvo o que não sei e o que eu sei demonstro
a vida tem de bela o quanto tem de monstro
saboreei o meu sangue e tomei-lhe o gosto
porque sei que o quanto antes estarei reposto

[outro]

e eu sei que não sou digno de figurar no altar
mas fiz o que foi preciso para nada faltar
se estou no inferno então faço o diabo sair do meu lugar

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