letra de retrato - macacos do chinês
[verse 1: sk!llaz]
não posso mais estar parado, sentado no mesmo lugar. velhos embebidos em álcool a fermentar
beatas saem do cinzeiro para respirar e chatas já é pouquíssimo para as moscas no meio do ar
eu saio rápido daquele antro onde o óleo não é mudado e não vai ser por enquanto
e onde não há oxigénio, há um gás feito de cancro. digo isto com espanto
já que afinal não fumo tanto quanto enquanto. e de rompante vou avante, chego à estação num instante
e é normal, estou a penantes mas dou p-ssos de elefante e adiante bem sonante desabafo com os carris
eles ficam a olhar para mim do estilo “o que é que eu fiz?”. eu sei que a resposta é “nada” e que aqui se cria raiz
transportes na hora jamais foi neste país, mas por causa deste atraso há algo que já não fiz
[hook]
isto é só um retrato. não é exacto.(2x)
[verse 2: sk!llaz]
não é exacto é abstracto, são bocados sagrados, já que p-ssam ao meu lado e com agrado eu não tardo e faço deles o meu fardo
arrastado por mim, para um mundo bem afastado. histórias, não as invento
eu recrio, acrescento, aumentando o momento, mantendo o mesmo sentimento
ele é já potente, apenas não me contento, por isso incluo cenas que fluem na minha mente
mas pr-nto, seguindo em frente, sou expulso da carruagem. na boa, fico contente, reconheço a paisagem
saí onde queria, só fui apenas ajudado pela força de quem sai da carruagem tipo gado
é um gado cansado, fatigado e exausto, voltam para casa e o trabalho vem por arrasto
sem intuito nefasto, eu observo e contemplo como o comboio e o autocarro podem ser um templo
e tendo a noção de que aqui o pouco é muito tempo, -ssento, porque eu sei que tenho que estar atento
tento apanhar tudo. tudo é impossível, vai de uma grande verdade à mentira mais incrível
[hook]
[verse 3: yo:cliché]
olha o p-ssarinho, olha a p-ssarinha. foste cangado, vais ser chibado pela tua vizinha
à tua cota e depois o teu cota põe-te porta a fora
e agora, que é que vais fazer da tua vida? toma uma máquina, tira uma fotografia
um retrato abstracto sobre o concreto!!
o quê?
-ssim de perto!
o quê?
ainda mais de perto!
o quê?
isto é só um retrato, ouve bem não é exacto, mas não está longe de facto
é um retrato português em moldes chinês, com certeza! mas nesta selva há muito leãozinho à mesma presa
só que, ninguém cata nada ou só uma beca, depois há bué setentas sem o bolso de reforma a partirem suecas!
nórdico que faz frio, mas isto é um país quente que põe o povo mole e dormente
entre trabalho e fiesta, vou só ali até espanha dormir a la siesta!!
a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha! vá lá adivinha!!
as senhoras já não querem ser elas, querem todas ser a cinha!
e agora está na moda estar na linha e dar na linha! conhecer alguém famoso já convinha!
todos querem cozinhar, mas não sabem o que é um refogado. e há muito nariz a meter-se onde não é chamado!
já há poucas árvores, mas cada macaco no seu galho! isto é macacos do chinês e o sócio dos clichés
a fazerem-te um retrato bem pitoresco, não lhe toques boy, porque ainda está fresco!!
em todo o -ssunto, há um ciclo de atenção
mas cá não. só há o ponto de explosão.(4x)
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