letra de jornal da favela - lado certo
[intro – recorte: hannibal]
la gente no siempre dice lo que piensa
se limita a evitar que prosperes en la vida
[verso 1: juninho]
sou só mais um sonhador escrevendo no papel
pra quem vem me julgar, eu digo: o justo tá no céu
não dou minha cara a tapa, só escuto o coração
se não for pra ser -ssim eu diria que é traição
a cada letra escrita é uma bombada no sangue
que vai e que traga, num efeito bumerangue
a luta por igualdade que já vem dos ancestrais
respeito à sabotage que lutava pela paz
pela sua verdade ficou conhecido
um branco e um preto unido, resposta que cala o ridículo
a droga que acaba com a população
segue de norte a sul causando destruição
ou então o tiozinho que trocou sua família por um litro de barrilzinho
kamikaze na rua, jornal da favela
alimenta o sentimento de quem vive numa cela
caminhando sozinho com a mente vazia
o temor do senhor é o princípio da sabedoria
rap não é só arte, rap é inspiração
quem me deu a certeza foi um som do thiagão
que sempre honrou, valendo a pena o suor
e sempre acreditou que o amanhã vai ser melhor
por isso que eu digo que essa fita é união
mv bill sem maquiagem na tela do faustão
é dessa mesma forma que eu vou atuar
vai ser preciso mais pra me fazer recuar
vamo lutar pela nossa cultura
lutar contra os ímpios que na mídia nos censura
valeu aí, neguinho, direto do esquinão
murilo, zóio verde, é nóis que soma na missão
um salve pro cesão, tamo junto, aliado
lado certo e cl city, campo largo interligado
[verso 2: murilo]
quebrada tá foda, vários mano se matando
quadrada engatilhada é rajada explodindo o crânio
mais uma vida que se foi, mais uma mãe que vai chorar
eu te pergunto, meu deus: quando que isso vai acabar?
o ódio, o rancor dos irmão que não acaba
o diabo só te ilude, não te dá nada, é uma cilada
e vários que não ouviu o conselho, que desacreditou
foi se afundando mais e mais, e sabe como isso acabou?
mas cada um é cada um, tem que saber o que cê faz
eu sei, eu tô ligado, pego a visão que deus é mais
é ele que me guia, que me dá a força todo dia
por isso eu não duvido da sua sabedoria
e dos irmão que o senhor levou, e se foi, melhor -ssim
aí, cesão, vai ser lembrado, considerado até o fim
era daora a sua presença, gigante sua humildade
pena que se foi tão cedo, mano, só deixou saudade
guardo no meu coração as zuera e os rolê
parceria era mil grau, não só na hora de beber
em um carro outro acidente levou mais dois parceiro
na estrada do balsa nova que chocou cl inteiro
a gente nem acredita, na hora vai pras fita
bebida e direção: duas coisas que não combinam
o sofrimento não é pra quem vai, o sofrimento é pra quem fica
não é saber curtir o rolê, tem que saber viver a vida
[verso 3: zóio verde]
então nessa união sigo forte na levada
a voz do coração, e a caneta engatilhada
sem espaço no caderno e um vazio no coração
saudade bate no peito, lembrança dos meus irmão
que se foram dessa vida pelo corre do cifrão
paz, justiça e liberdade pra quem tá lá no fundão
isso mesmo, aí playboy, que trampa pra ostentar
engatilhar na sua cara e com a caneta eu vou buscar
honrar a minha mãe, que sofreu pra me criar
pra quebrar os dedo que tentou me acusar
meu rap não é ódio, e é só p-ssar mensagem
lado certo e cl city tá seguindo nesses traje
falando a verdade, p-ssando a visão
muleque de 15 ano começou a viver a vida
achado esticado, espancado na avenida
a chuva é só de bala em cl e nas perifa
[verso 4: mano nego]
mais um soldado guerrilheiro num mundo de ilusão
aqui o guerreiro tem muita munição
quem pensa que acabou, apenas começou
rap é união, mano, demorô
tic-tac, o tempo não para
rap evolução, tamo junto na parada
correndo atrás, pedindo sempre mais
pra deus iluminar, caminhar pra frente, e não pra trás
no p-ssado foi aprendizado, no futuro abençoado
tempos difíceis, não desanimei
miséria, fome, olhei pro céu, orei
eu já sabia que deus me protegia
pois desde que nasci ele me deu uma rainha
guerreira, trabalhadora
se a vida é uma escola, dona rose é minha professora
um dia eu aposento sua v-ssoura, não tô falando à toa
ideia boa, ideia do grau, dar um triplex pra sua coroa
isso que malandro sonha, eu tô firmão, irmão
com a minha de fé eu sigo, prospero em jesus cristo
carrego comigo bem mais que o crucifixo
acredito em deus desde menino, eu lembro bem
quando meu pai falava: “o senhor não erra, o senhor não falha”
meu coroa sempre me p-ssando a visão boa
e mostrando as armadilhas da vida
que ainda criança eu não percebia que o mundão é fria
injustiça, patifaria
e nessa pegada fui me criando, mais um zika do pântano
escolhendo os dois lados que o olho vê
filmando, seguindo firme na cena, contra o sistema
somando as quebrada, rap é nosso esquema
deixando um salve registrado pros mano que tá do lado
sem bater cabeça, pra quem fecha é sem recado
a burguesia só quer ver o pobre se fodendo
se for branco não é ladrão, ladrão é o menino negro
fica ligeiro, boy querendo tirar de nóis
tem mauricinho aí, branquinho, que rouba e sai veloz
se tranca no apartamento, com o nariz vai derretendo
branquinha da pura, e o pobre morre suspeito
descriminação é só pro gueto
[verso 5: cesão]
quando o sol se esconde, escurece, a noite cai
a neblina vem descendo, pra gente tanto faz
se o perigo tá na rua, malandragem fica esperta
queimando um do bom, excluindo o que não presta
enquanto eu caminho, vejo as rua vazia
cadê a mulecada que brincava aqui na vila?
o tempo não é o mesmo, eu tô ficando velho
já fiz muita besteira, hoje eu corro pelo certo
sempre esperto, longe de vacilo
internado no caderno, rap é o caminho
irmão, não tô sozinho, tem vários do meu lado
família e amigos que me deixam bem estruturado
vou seguir a minha vida na moral
não importa o estilo, nem minha condição social
cresci nos beco e aprendi a viver com pouco
mas um pouco ainda é muito pra quem vive no sufoco
é na favela que se cria um sonhador
deus ilumine o gueto, espante o mal e plante o amor
no coração dos muleque das perifa
pra ficar longe de treta, porque treta só atrai polícia
e na real, vou falando o que eu sinto
quanta mãe que chora no almoço de domingo
perdeu o filho, e a alegria morreu junto
enganado e traído pela maldade do mundo
a vida é essa, todo mundo tá ligado
na lembrança mantém vivo o sorriso do filho amado
e o sofrimento só aumenta todo dia
no jornal o mesmo papo: morreu porque devia
os cara é foda, quer ibope na matéria
quando o boy é -ssaltado, o suspeito é da favela
a sociedade não dá chance nem pra respirar
“só o pobre é bandido”, é aquilo que você ia achar
tá engando, mude o pensamento
tem muito mauricinho ladrãozinho de apartamento
viciado no pó, na dura
então veja o que ocê fala, aí, boyzão, fica na sua
respeita opiniões, direitos iguais
humildade nas quebrada estimula a paz
união da city, união do rap
salvão pros mcs verdadeiros da zona oeste
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