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letra de arroz - la mancha

tanto esforço para ser normal
larga o osso e aceita o teu mal
sem falhar não chegas mais perto
o caminho nunca é reto no final

vive a vida é leve
levo a vida a evitar pestes
estes dias dizem ‘cresce’
quem é vivo aparece
este ou oeste
apanho o ho-oh
sou o mestre
isto é mais um teste
ao que sou
e ao que soo
sou o que detesto
deste-me um vazio
frio celeste
se leste diz-me o que leste
o que é que percebeste?
se esqueço diz-me o que esqueço
faz-me um esquisso do que pareço
do que preciso, quando impreciso
se ando nisto e se sou visto
não mereço o teu visto
se quero estar contigo
desmoreço com isso
tanto esforço para ser normal
larga o osso e aceita o teu mal
sem falhar não chegas mais perto
o caminho nunca é reto no final

não sou escritor não sou poeta
não sou conquistador nem sou um rapper
sou só um pensador de mente aberta
eu sou imaginação
a poeira cósmica de uma constelação
é uma constatação do que consta nesta ação
minha noção da vida e da sua situação
querida motivação
motiva como uma locomotiva
louco de ferida sentida
bendita castiga-me ensina
mendigo de esquina
mendigo na rima
dá-me uma esmolinha para alimentar o meu ser
der por onde der
venha quem vier
volta quando der
ou fizer sentido
fico comovido sempre que penso nisto
toca o mesmo ao virar o disco
e assim me repito
se a vida não tem sentido
que sentido tem a vida
sem um sentido não sinto o mesmo
no mesmo dia
um dia não são dias
guiam-te sem guias
tocam numas feridas
nós que dão na tua vida
não é preciso saber sempre o que queres
só que quando queres não importa o que houver
palhaçada pode ser sucesso para alguém sempre sério
achas que não tens nada quando já tens um império sincero
e o teu mal afinal é não deixar o ego para trás
como que um cego capaz
com planos que nunca faz

- la mancha

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