letra de tempestade - korvus
[verso 1]
traz a caneta po’ ringue pa’ que eu te arrume
eu afundo-te num buraco fundo
sem tangas assume-te e traz lume boy
vais sufocar com o fumo então traz o teu cardume
pa’ sentirem o perfume e verem como o assunto mói
a cabeça já dói, o mundo roda e tu tás paranóico
afunda as mágoas em bafos num joint
enquanto o mundo se destrói
morre o herói pa’ que o covarde viva
numa história mal contada daquele que mais tarde vinha
mas não lhe convinha
aparecer na hora de partida porque à partida aspirou subir na vida
mas como em qualquer subida na volta há uma dеscida
então cuidado onde caminhas não vá tropeçares na ida
tou a pеnsar na saída antes que esta porta se feche
e num desfeche sem introdução
eu vejo que não falta quem se queixe
sem razão ou sem noção nos eixos, na cabeça têm um seixo
e à pala de um desleixo pela boca morre o peixe
por isso eu fecho-me e não deixo que ninguém se aproxime
segue o contexto do meu texto digo mais do que o que rimo
não preciso de um pretexto para querer estar sozinho
há quem deseje que eu baixe o queixo e me subestime
cinco sentidos, eu tenho o s-xto e alucino
sobe a serra até ao cimo e toca o sino
avisa o povo que o sermão hoje é cedinho
traz tremoços e um bom vinho
e se te fizeres ao caminho
não te aconselho a ir sozinho
entra no bote e aperta o cinto que tão cedo não se para
o tempo dispara a gente nem repara até que dá de cara
dizem que o que o tempo juntou ninguém separa
mas prepara-te porque é rara a vez que alguém te ampara
[refrão]
quando cais no escuro nenhum porto é seguro, brotha
o vento quebra o mastro, a maré leva o barco ao fundo
então agarra-te ao futuro, parte a porta salta o muro
não é uma tempestade que te leva ao fim do mundo
quando cais no escuro nenhum porto é seguro, brotha
o vento quebra o mastro, a maré leva o barco ao fundo
então agarra-te ao futuro, parte a porta salta o muro
não é uma tempestade que te leva ao fim do mundo
[verso 2]
então quando cais no escuro não dês ‘pa duro e observa
o coveiro a cavar bem fundo só se enterra e desespera
a morte espera pelo mais puro e tudo o que prospera
assim que se revela sujeita-se a ir de vela ela não espera
dá à perna
neste inferno a fera corre muito mais do que eu esperava
enquanto houver fôlego foge pa’ que não sejas apanhado
ferro e fogo a dar no corte até que não te sobre nada
assim nem força foco e fé te levarão a algum lado
ou então estou errado, não dá pa’ tar sempre certo
também não dou pa’ esperto
mantenho a minha sombra por perto
e eu não nego que tou entregue ao meu cérebro
e confesso que de nada serve se é incerto
então segue-te pelo cego que vê mais do que deve
assim que eu entro o barco treme
só se salva quem consegue
agarra o leme ou então perde-te
e eu só peço que o sucesso não me cegue
pa’ que eu traga rap de peso mas continue de alma leve
não é pa’ quem quer nem pa’ quem tudo perde
porque puto eu parto tudo sem truques e quem curte
no fundo sabe pa’ que lado o puto tende
então entende que o percurso não é curto
e confunde-te até tu ficares maluco porque
[refrão]
quando cais no escuro nenhum porto é seguro, brotha
o vento quebra o mastro, a maré leva o barco ao fundo
então agarra-te ao futuro, parte a porta salta o muro
não é uma tempestade que te leva ao fim do mundo
quando cais no escuro nenhum porto é seguro, brotha
o vento quebra o mastro, a maré leva o barco ao fundo
então agarra-te ao futuro, parte a porta salta o muro
não é uma tempestade que te leva ao fim do mundo
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