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letra de ecos do passado - kid mc

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[letra de “ecos do passado”]

[intro]
kid mc e mad contrário
isto é uma homenagem aos cotas do passado
mergulhar em ecos, é positivo
ao som dos homens, kid mc

[verso 1]
angola, eis o teu filho amado
esta vai para os cotas, mergulhar em ecos do passado
muitos anos decorreram até aqui
tenho cenas a dizer na qualidade de meecee
há muito que venho a -n-lisar
esperei pela oportunidade ideal para cantar
mad contrário no beat, eu não canto semba
eu sou aquele negro que rola na street
isto é uma espécie de dedicação
por aqueles que também lutaram por esta nação
dificuldades em época dura
sentados em quintais, assim fizeram nascer a cultura
violas e dikanzas nas calmas
mergulhavam nas palavras de belita palma
lurdes van dunem, liceu vieira dias
música do musseque de noite ou de dia
assim florescia
a som e a poesia que tarde seria feita pela maioria
e hoje em dia nos esquecemos
infelizmente já não fazem parte da água que bebemos
nos iludimos com outras ideias
a aculturação é importação de culturas alheias
destroi o nosso de forma trágica
bloqueia a honra do passado como um gelo da antártida
[refrão]
sinceramente eu vou dizer, eu faço rap
só que dos mais velhos não posso esquecer
eles são a raiz e a chama
deram a luz a uma cultura chamada música angolana

sinceramente eu vou dizer, eu faço rap
só que dos mais velhos não posso esquecer
eles são a raiz e a chama
deram a luz a uma cultura chamada música angolana

[verso 2]
antes de nós foram eles que existiram
com o nosso dialeto no peito a música assumiram
e não interessa se fossem amadores
numa épocas daquelas já não viam mais as condições
e nosso povo sorria sempre
vendo brilhar os poetas da terra nascidos no musseque
que vagueavam com aquilo que é nosso
traziam revolução para a libertação do nosso povo
muita poesia era cantada
usando línguas nacionais, os colonos não apanhavam nada
o kilamba chamava-se maria das crequenhas
por lá se passavam grandes cenas
david zé, sofia rosa, urbano de castro
o semba já tinha muita força
artur nunes, jovens do prenda
muitos corações balançaram com o “choro de oliveira”
e os kiezos rebentavam com tudo
e ficava mais emocionante com o vocalista
tony de fumo
nesta época eu nem era feto
mas um dia nasci, meus pais passaram os ensinamentos
mando um abraço para rui mingas, cota bangão
tonito fortunato e cota elias
sinceramente eu vou dizer, eu faço rap
[refrão]
sinceramente eu vou dizer, eu faço rap
só que dos mais velhos não posso esquecer
eles são a raiz e a chama
deram a luz a uma cultura chamada música angolana

sinceramente eu vou dizer, eu faço rap
só que dos mais velhos não posso esquecer
eles são a raiz e a chama
deram a luz a uma cultura chamada música angolana

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