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letra de zé cuã e vô bertim - karen santana

letra de “zé cuã e vô bertim” de karen santana

lá, bem lá nos primórdios
quando o universo era breu
um caba chamado deus, pôs que pôs e aconteceu
tacou fogo, tacou água e o brasil apareceu
fez na terra uma linhagem
separando em 4 partes
do norte ao nordeste, arte
do sul ao sudeste em parte
desenhou um plano certo, digno de uma maquete
do oeste até o leste, fez no empenho até as sete
não dormiu e nem comeu

começou pelo sudeste em forma de uma prévia
botou praia e botou serra, hoje já tá tudo à venda
não sabia que o paulista viria com uma fenda
que transformaria tudinho somente em uma lenda
pra “modeles” ficar contente
botou potência de riqueza
pra ostentar avareza até a sétima geração
essa terra iria crescer, sem potencial de pobreza
mais que a s-m-nte de joão

fez as árvores no jet e o mar em tinta óleo
ontem o soprar do vento jaz fumaça de petróleo
terra cheia de artistas, pisando em chão de linóleo
quando foi fazer o nordeste, tava caba experiente
já separou as linhas todas em forma de lua crescente
desenhou praias tão lindas, bem ligeiro e sem cautela
utilizou de pincéis variados e até tinta aquarela
tanto que seu chão é vermelho
que nem os olhos de uma fera

na cultura popular, botou muita inspiração
já previa a morte do boi, o xaxado e o baião
previu o maracatu todinho de nação em nação
gostou tanto do trabalho que até fez suposição
“acho que vou largar o céu e vou-me embora pro sertão”
mas o mundo tava inacabado, dava pra isso ainda não

bateu a areia de natal na batida do pilão
ajeitou os coqueiros na dança do afrobeat ao baião
beijos os pés do vaqueiro e a lavadeiras a sua mão
prometeu voltar loguinho, na próxima encarnação

- karen santana

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