letra de o que tem de ser - kap
[gervásio]
olá rapazes. qual de nós, homem ou mulher, na nossa vida não faz asneiras? quem é que não faz? quem é que não faz? esta juventude tem feito famílias chorar lágrimas de sangue
[1º verso]
há quem só ande rápido quando chove
será que essa é a melhor resposta à pergunta “o que é que nos move?”
há que respeitar quem corre porque ainda há quem goze com
o que falha sempre que tenta e se senta mas não foge
bato à porta, entro e sento, já estou atrasado
tenho veia de professor mas não fui ensinado
eu fui educado com amor ao quadrado
e calado aprendi que só se aprende quando se está calado
eu sei que olhas para mim e dás-me vinte e tal
sentes o que eu sinto e tal mas tal e qual tu estás errado
então pego num copo de vinho e o mal
é estar sozinho mas calma porque estou de pedra e cal fechado
bem calejado na ponta dos dedos
na mão esquerda da guitarra e na direita de escrever
agora tenta descrever os medos
e diz-me se o que faço é fácil ou se eu o faço parecer
sem merdas, sou-te sincero, também não sei a resposta
e no espelho em que me vês cota eu vejo-me um miúdo
e finalmente estou perdido num estudo que gosto
mas por muito que já o seja ainda não me sinto maduro
e no regresso aos locais da altura em que era pequeno
a roupa mingou com água e as memórias com o tempo
e eu nessa altura tinha uma altura mais curta
hoje curto é o cabelo para saber quanto é que eu cresço
[refrão]
tudo o que p-ssa por ti deixa uma marca
ser grande não adianta porque não se mede a alma
tudo o que p-ssa aqui também me mata
e com o tempo ensino-me a não perder a calma
tudo o que p-ssa por ti deixa uma marca
ser grande não adianta porque não se mede a alma (não se mede a alma)
[2º verso]
olhar para os outros sempre foi normal para mim
mas o normal dos outros nunca foi olhar para aqui
e daí aprendi a não focar no vazio
visto que só tenho visto gente a ver p-ssar navios
trago sempre comigo a mania da comparação
ser capaz ou não ser, é a minha questão
admito, sou capaz de ter perdido o brilho
sem olhos de vidro, no entanto está tudo tão pouco nítido
curtia dar um descanso aos meus cotas
para se esquecerem de ser pais de um gajo que não sabe ser filho
contudo tenho aprendido aos poucos (a) saber lidar com os outros
e sei que eles só me querem ver num bom caminho
sou caminheiro mas doutros agrupamentos
com elétricos estátios criaram movimento
faz parte do crescimento de um gajo nada de mais
aprender a ser excepção dos preconceitos naturais
é natural, mas hoje em dia o que é que não o é
pelo que eu vejo os míudos já sabem bater o pé
educar um puto agora é um trabalho inglório
eu fiz-me homem quando me dei ao respeito a mim próprio
lição número 1, não falhes lições
pois sentires que sabes menos é das piores sensações
daí ouvir o meu cota sempre que ele me reforça
“zé, aquilo que tem de ser tem muita força”
[refrão] (2x)
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