letra de sonhos & pesadelos - jus becks
[verso 1]
eu já perdi a conta
de quantas noites eu fui pra cama com a cabeça tonta
de tanto ficar pensando
pesadelos nessa vida, eu ainda tô sonhando
ainda tô rimando, vejo tantos se entregando
e parando, só que, mano, se eu errar vai ser tentando
uma visão eu tenho, mas só eu tô enxergando
e quem não sabe de onde eu venho não entende como eu ando
mas o tempo corre, eu vejo tantos se cansando
e o sonho morre, mas o meu morre lutando
tipo mais um espartano, eu não nasci pra ser fulano
eu tenho um plano e esse plano é viver do que eu amo
foda-se quem só for me odiar
o seu limite não vai me limitar
por cima de quem na minha frente entrar
que esse é meu sonho e ele não vão me tirar
mano, eu vim pra caçar, questão de tempo pra alcançar
eu não sei o que é descansar e não vou deixar me p-ssar
eu amo vir aqui rimar e eu mando até não ter mais ar
até não ter mais vida, nem batida, nem por que estar
vivo nessa porra, é faça isso bem ou morra
mano, eu vivo essa porra e quem não for isso, corra
é comigo que eu concorro e se não for não tem sentido
se não for pra ser melhor, é melhor nem estar vivo
e eu elevo o nível porque menos eu não faço
pau no impossível, eu venço ele no cansaço
eu me fiz audível pra você e o seu descaso
se eu levei tempo pra isso é porque eu sempre me atraso
foram vários anos e perdas e ganhos, vitórias, derrotas, de todos tamanhos
e contra são tantos, quantos são meus manos? não sou eu que perco quando eu que apanho
mas, mano, é tão fácil pra alguém me julgar e fica difícil pra alguém me ajudar
“hoje não vai dar, mas vamo marcar”, mas é “tamo junto” se eu estourar
[verso 2]
mano, eu não tenho medo, ou melhor, não sou covarde
eu não fiz o enredo, mas arraso na minha parte
eu escolho a dedo as mãos que tocam na minha arte
eu rimo até cedo, então eu nunca durmo tarde
é só fazer a conta
pra mim não faz diferença quem não vem pra somar
pra que serve experiência se esquece de ousar?
e de nascença eu penso fora da caixa, tipo
pa-pa-pa-pa-paralelepípedo, tão grande é meu epíteto
pequeno no tamanho, mas gigante no espírito
respondo, em tom satírico, “quem é que é o eu lírico?”
que eu vou ser o melhor, eu vim provar de modo empírico
eu vi mais do mesmo e rimas a esmo, pro jogo cansado, eu sou um refresco
serviço de porco, aqui vira torresmo, meu mano, eu te dou um inferno dantesco
porque eu vim no modo ver e conquistar, quem quer um pedaço, vai ter que pegar
e rappers tão tipo “a gente manda”, mas tudo que eu ouço é blá blá blá blá
meu dedo do meio é o que eu tenho pra dar, e é tipo um kg de explosivo
eu tenho estilo, meus manos comigo, meus planos, meus anos são meu distintivo
tem vezes que tudo fica cansativo e é tão difícil pra ser criativo
mas eu tenho incentivo e meu próprio motivo, e ficar pra história é meu objetivo
cansei de ser depressivo
mas meu rap é compulsivo
eu peço no imperativo
e você me dar meu espaço? negativo
tudo é relativo e esses são os meus relatos
o mundo é colorido e esses são só meus retratos
mas uma coisa é fato, eu tenho tudo que eu preciso
e eu saio com um sorriso
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