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letra de não fique de luto - juninho sena

você sabe de um lugar onde todos são iguais?
ricos e pobres não passam de meros mortais?
no cemitério, ficamos carentes de afeto
vendo se estamos vagando sem trajeto
ali se chega a tantas conclusões reais
vou reclamar menos, agradecer mais
nos despimos da vaidade, retiram-se maquiagens
diante de um caixão nos tornamos frágeis
nesses lugares somos o que somos
se não for, somos mais doentes do que imaginamos
quanto mais se aproxima do caixão
aumenta mais a dor, lágrimas, comoção
a dor da saudade é como um filme
uma ficção que insiste em criar raízes
não dá para segurar, o choro tá entalado
nesses espaços, beijos, abraços apertados

[hook 1]
quando eu morrer não quero que vocês chorem
sabem por que? a morte não escolhe rico ou pobre
quero que vocês orem, comemorem
mas não chorem: vou te falar porque
quando eu morrer não quero que vocês chorem
sabem por que? a morte não escolhe rico ou pobre
quero que vocês orem, comemorem
mas não chorem: vou te falar porque
próximo ao caixão estava a viúva
cercada de dúvida no abismo da angústia
ao seu lado o seu filho, um garotinho de oito
sem perceber, as lágrimas caíram do meu olho
vou te falar, parceiro… doía demais
nessa mesma idade, perdi o meu pai
mal começou a vida começou perdendo muito
em pouco tempo vai ter que se tornar adulto
um senhor em pé, ao lado do corpo velado
perguntou: ‘por que vocês estão desesperados?!
o senhor luiz henrique ainda vive!’
começou a indagar com a voz alta e firme
‘esse homem aqui, viveu momentos incríveis
chorou, amou, perdoou, venceu crises
que cicatrizes ele deixou em suas emoções?’
silêncio, espanto foram as primeiras reações

[hook 1]
quando eu morrer não quero que vocês chorem
sabem por que? a morte não escolhe rico ou pobre
quero que vocês orem, comemorem
mas não chorem: vou te falar porque
quando eu morrer não quero que vocês chorem
sabem por que? a morte não escolhe rico ou pobre
quero que vocês orem, comemorem
mas não chorem: vou te falar porque
um velório pode ser um ambiente de lágrimas
mas tem boas histórias para serem recordadas
para quem partiu, uma solene homenagem
uma overdose de afetividade
‘esse homem está vivo ou morto dentro de vocês?’
perguntou, dando um choque de lucidez
‘por favor, me contem suas histórias
vamos relembrar em sua memória’
começaram a contar passagens únicas
falaram do seu legado e suas aventuras
da capacidade de lidar com o fracasso
de como era teimoso e obstinado
estava vivo dentro das pessoas que o velavam
foram muitos sorrisos onde todos choravam
quando eu morrer, não se desesperem, se alegrem
celebrem minha nova vida cantando esse rap

[hook 2]
celebrem minha nova vida cantando esse rap
celebrem minha vida eterna cantando esse rap
celebrem minha nova vida cantando esse rap
celebrem minha vida eterna cantando esse rap
celebrem minha nova vida cantando esse rap
celebrem minha vida eterna cantando esse rap
por favor, se alegrem
não se desesperem
[outro]
vida eterna…
vida eterna…

- juninho sena

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