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letra de novo fado do cacilheiro - josé viana

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quando eu era rapazote
fui muitas vezes no bote
ou pra ver ou por cansaço
na capital navegava
e com desprezo voltava
a ré, ao terreiro do paço

p’rá outra banda seguia
e no coração sentia
uma força redobrada
porque o velho cacilheiro
ia de proa ao barreiro
e com alma até almada

sou marinheiro
deste velho cacilheiro
que ainda não foi p’ró galheiro
porque é velho, mas é duro
e navegando
a idade foi chegando
os cabelos branqueando
mas tenho fé no futuro

nestas viagens
que faço entre as duas margens
podem crer, não são miragens
que muito tenho aprendido
desde o ginjal
da piedade ao seixal
a cintura industrial
mostra o que é o povo unido
os operários da setenave
da parri e da lisnave
do -rs-nal do alfeite
mostram a quem nos mentir
que a verdade há-de vir
acima como o azeite

de norte a sul todo o povo
constrói um destino novo
combatendo o capital

lado a lado, como irmãos
transformam com as suas mãos
o futuro de portugal

sou marinheiro
deste velho cacilheiro
que ainda não foi p’ró galheiro
porque é velho, mas é duro
e navegando
a idade foi chegando
os cabelos branqueando
mas tenho fé no futuro

nestas viagens
que faço entre as duas margens
podem crer, não são miragens
que muito tenho aprendido
desde o ginjal
da piedade ao seixal
a cintura industrial
mostra o que é o povo unido
sou marinheiro
deste velho cacilheiro
que ainda não foi p’ró galheiro
porque é velho, mas é duro
e navegando
a idade foi chegando
os cabelos branqueando
mas tenho fé no futuro

nestas viagens
que faço entre as duas margens
podem crer, não são miragens
que muito tenho aprendido
desde o ginjal
da piedade ao seixal
a cintura industrial
mostra o que é o povo unido

- jose viana

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