letra de por terras de frança - josé mário branco
[letra de “por terras de frança”]
[verso 1]
vou andando por terras de frança
pela viela da esperança
sempre de mudança
tirando o meu salário
enquanto o fidalgo enche a pança
o zé povinho não descansa
há sempre uma frança
brasil do operário
[refrão]
não foi por vontade nem por gosto
que deixei a minha terra
entre a uva e o mosto
fica sempre tudo neste pé
[verso 2]
vamos indo por terras de frança
nossa miragem de abastança
sempre de mudança
roendo a nossa grade
quando vai o gado p’rá matança
ao cabo da boa esperança
bolas p’rá bonança
e viva a tempestade
[refrão]
não foi por vontade nеm por gosto
que deixei a minha tеrra
entre a uva e o mosto
fica sempre tudo neste pé
[verso 3]
vamos indo por terras de frança
com a pobreza na lembrança
sempre de mudança
com olhos espantados
canta o galo e a governança
a tesourinha e a finança
e os cães de faiança
ladrando afinados
[refrão]
não foi por vontade nem por gosto
que deixei a minha terra
entre a uva e o mosto
fica sempre tudo neste pé
[verso 4]
vamos indo por terras de frança
trocando a sorte pela chança
sempre de mudança
suando o pé-de-meia
com a alocação e a segurança
com sindicato e com vacança
há sempre uma frança
numa folha de peia
[refrão]
não foi por vontade nem por gosto
que deixei a minha terra
entre a uva e o mosto
fica sempre tudo neste pé
[instrumental]
[refrão]
não foi por vontade nem por gosto
que deixei a minha terra
entre a uva e o mosto
fica sempre tudo neste pé
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