letra de crise - joe sujera
destruí trajes
misturei fases
bisturi, gaze
costurei frases
fiz de mim crise
me perdi, quase
com a mente strip tease
vira a base
aw sh-t. pizzol no beat
to com meus manos jack e um copo é o kit
não quero mais nada, só meu rap no repeat
vontade de rimar até ficar com amidalite
fui pego na gripe, sem bad trip
no subsolo aperfeiçoei meus tricks
virado no apet-te sem bic nem grafite
meu crânio sem paredes de repente tem mais de 10 suíte
me tranco em alguma e relaxo fazendo um free
em crise há tanto tempo que eu já chamo ela de cri
num bloco de gelo no verão
vou navegar o mundo e o calor é minha menor preocupação
rodrigo, basta ter equilibrio
com ossos de vidro cartilagem não é mais que decoração
com saudades do chão tentando tocar o céu
tsunami em mar de lágrimas e eu num barco de papel
não confiar em ninguém, pois conheço a maldade em mim
não contaminar, não fui feito pra me misturar
me pendure por tendões e deixe o sangue destilar
não mudar por ninguém, pois não foi pra isso que eu vim
não pra agradar. talvez mais pra incomodar
a voz que gera a dúvida e vem do lado de lá
sou arquiteto da crise
num dia lindo frio e cinza descobri que o ócio mata me -ssumi um sociopata sem saber
por fora um dócil vira lata mas é ódio em 4 patas que te morde um pouco e larga por prazer
no rap mais um verso, chacal que invade berço
mais missanga pro terço. com monstros converso
o peito do avesso, revela um universo
com planetas de gesso um buraco sem endereço
e é tão bonito, um espaço infinito
reservado pra colecionar conflito
fale o que quiser, pense o que quiser
mas energia ainda é fruto de atrito
me mantenho azedo, meu humor rotineiro
não é todo paladar que aprecia um bom tempero
me alimento de medo, é a graça do roteiro
sempre vai dar merda é bom se acostumar com o cheiro
convocando ratos, fantasmas em exílio
me encontrem as 4 pra insônia ou auxílio
ameaças rondam, acrescentam brilho
e eu bebado com parkinson e um dedo no gatilho
agora os meus fantasmas dormem
vou p-ssear antes que eles acordem
ser feliz sem que concordem
falta gaveta pra botar minha vida em ordem
zorzi:
há quanto tempo não rezo
tento, penso, mas nunca me confesso
difícil seus erros, os meus são milhares
atravesso o espelho, migro de bares
o clima ta tenso, acende um pipe
nada de… hoje eu dispenso
oferenda aos mares, milagres não faço
a vida são momentos e a morte uma fase
abrace o mundo e se puder fode essa porra
corra atrás do que for seu e que se foda a quem doeu
antes que morra deixe o seu nome marcado
na parede do safado que entregou a banca toda
o mundo gira e quem dá linha nesse pipa
não nasceu pulando corda e nunca viu mosca na sopa
tá tudo em crise e eu jogado na varanda
preocupado com o que vejo pra largar rima no beat
outro:
há quanto tempo perdido aqui
sou parte do que construí
sou arquiteto da crise
destruí trajes
misturei fases
bisturi, gaze
costurei frases
fiz de mim crise
me perdi, quase
com a mente strip tease
fim da base
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