
letra de ilusão - joão tamura & holly
[verso 1]
és estátuas de pedra a arder…
no fundo com fumo vais ver
que não és tu que ficas menor, é a lua que está a crescer
as lutas são contra fantasmas, são contra nós próprios
as vidas que guardavas nas salas onde fumavas o ópio
fogem para longe. há coisas que eu nunca sei ver
coisas que eu não vou aprender… um homem nada tem a temer!
e o fumo foge – mas eu não. sábios são os lábios que não dão
beijos nas costas da mão a reis que nos negam o pão
são ilusão…
ilusão… quantos corpos não o são?
há escuro entre nós. faz muros entre nós
eu sei que fumas após dançares com a morte
tu és onde o tempo não corre
as cidades acabam e um homem se destrói
as lutas são tuas, as quedas são nossas quando levas a noite
animal e sou cego. nas margens do tejo
no silêncio dos gestos… eu, tu e o mondego
cada vez que o sol cresce
a tua espera é diferente quando fumas cigarros
tu matas os deuses, levas os barcos, o tempo, o espaço…
ilusão… quantos corpos não o são?
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