letra de ofício solidão - janaína maia
de ouvido sempre alerta
artista em cada cercado
o alambrador musicista
afina os fios do aramado
as cordas do instrumento
invadem campos distantes
enfeitam moirões cativos
perseguem os caminhantes
a família vai crescendo
marcada pelo aramado
que aprisiona a gente, terra (terra, terra, terra)
nos sete fios afinados
(em mansas noites de prosa
ao abrigo do galpão
o artista conta causos
desse ofício solidão
alambrador por herança
artista de profissão
ama as c-xilhas do pampa
cercadas por sua mão)
sentindo o peso do tempo
p-ssa pros filhos ciência
ensina os sons do alambrado
mostra o valor da querência
sabe que o homem do campo
não tem lugar na cidade
morre operário de obras
com sonhos, sem liberdade
(ama as c-xilhas do pampa
cercadas por sua mão
alambrador por herança
desse ofício solidão
ama as c-xilhas do pampa
cercadas por sua mão
alambrador por herança
desse ofício solidão)
de ouvido sempre alerta
marcado pelo aramado
sentindo o peso do tempo
ensina o som do alambrado
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