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letra de circo do bozo - helen nzinga

[verso 1]
fantástico mundo do bob
boy quer se tornar robocop
depois da facada foi bolo de merda o hitler ficou super pop
passar algum pano é o hobby
diverte mais que flash moby
é show dos zumbis pr-ntos pra aplaudir
todos juntos pro abate, são dolly
a ovelha que não pensa, já está meio propensa a se perder
eles tem três olhos mas num vê, querem crê
mas nós vamo entrar é pelo cano, nós tipo mário
e eles com nossa vida jogando, enganando, se pintando como esperança
na favela um tom vermelho procedendo sempre a matança
a verdade é nua é crua, a rua é dura
uns leite com pêra, uns terra plana enaltece a ditadura
que piada, mente rasa, sabe nada
violência é a marca dessa gente que mascara sua tara
coisa rara aqui agora é o tempo
preço do futuro? é o amanhã, ta claro
é o que tá valendo
discurso que mata é brilhante
destaca uma voz torturante
ideia passada, asfixiada, no entanto se tornou constante
é o homem de bem delirante
que adora ter bombas e tanques
quer intervenção, arma a disposição e panelas que sejam elegante
[refrão]
circo dos horrores lotou
e estranhamente a plateia logo se adaptou
um truque ali e bastou
feitos de palhaços, mas choravam e ninguém se importou

[verso 2]
que legal essa mamata também quero a minha
parte
profissão de bozo laranjal é sua arte
89 mil ninguém explica como veio
139 mil sem presidente, sem coveiro
brasileiro, deus até era mas com receio
fez a mala e com vergonha foi embora num veleiro
essa comédia não cabe na tela
infelizmente é real, mas parece novela
enquanto isso a galera quer gol
deixados pra morrer, mas continuam o show
reality rolando até que o mundo acabou
ganhou, o candidato que mais te enganou, sacou?
capitão corona de moto, filme de terror
fake news da mamadeira foi o que mais assustou
é o retrato decadente do brasil colonial
covid trouxe a tona o velho normal
é um mal geral, nasce e morre no caos
por aqui lei que vigora é descaso total
se correr o vírus pega, se ficar a fome come
botando fogo no circo a revolta dá seu nome
[refrão]
circo dos horrores lotou
e estranhamente a plateia logo se adaptou
um truque ali e bastou
feitos de palhaços, mas choravam e ninguém se importou

- helen nzinga

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