letra de canto da meia noite/bueiro limpo - haikaiss
[verso 1: spinardi]
voltando a falar de um -ssunto precário
no imaginário cenário que vem
só não fale que é pro meu bem
se depois da cortina eu escuto seu ”bang bang”
digo tey tey, otário, minha rua não é dicionário
espírito libertário não é vida de sedentário
eu só vivo disso, é visão que sei, que eu não combinei
é difícil de ver esse fantasma na pista, na mente que atiça
tiriça de saia na bota vem de ontem
face a face enfrente-me, tente-me, conte-me
se subir nesse palco, não é cara metade
não aguenta a verdade então sente-se
ando sobre obstáculos, mostre seus tentáculos
ei monstro da cara fechada
o silêncio que impera é o maior espetáculo
só de estar vivo é um dom que tem
se pensar na morte é pensar também
então não pode julgar o momento que a vejo de perto
eu não minto, me apavorei
contemplei o brinde do copo amargo
sua pretensão que esmago, estrago
apago o que nem se viu e aqui de trago
um pouco do que eu indago
talvez mais um verso vago
fugindo do caos civil que aqui explodiu nossa cidade
[refrão: spinardi]
converso com as paredes que mentem
vejo de mãos dadas a inveja que sentem
e mesmo que as paredes inventem
plantei duas s-m-ntes pra que o amor as sustentem
[verso 2: febem (zrm)]
seu mau olhado, fudido, não vai constar comigo
água benta é da torneira
eu sou bem mais negativo
do que a cara feia que nunca p-ssou fome
do que a palavra que se diz sujeito homem
lotado mas a sós, brilhante como inox
reflexo do espelho, combustão do veneno
claro do branco, a escuridão do preto
frio como cinza, clássico como vermelho
fim, início e meio; meio, início e fim
forte como jim bim, tanto faz enfim
nascido e mau criado nessa porra eu sou -ssim
tim tim, um brinde pra mim
mil truta, mil treta, mil fita, uma vida
mil ”loki”, mil mina, mil conto, uma bomba
cala a boca, não aponta cercado de sonda
é visão de rua, se a porra de um diploma
é flor do nada, fé da sombra
ligeiro com ronda que de graça mata aqui
monge de rua medita em desgraça
o que a tv não falou, a rua contratou
[refrão 2x]
bueiro limpo
[spinardi]
uma madrugada no estúdio querendo nada
sou peça do dominó, então me deixe só
esperando o presente do ”bingo”
é só ajeitar que eu trinco, no beat gringo
e que se foda porque essa que é a parada
não rebola na jaca caralho
fala menos e devolve meu cigarro caralho
dam-ssa clan, não é o tchãn, terror da van
spinardi, não desacredita que eu dou um tapa no baralho
é um desabafo, não me viu que eu não te vi
personalidade, a gente se vê por aqui, cuzão
não embala com seu rap de viado
meu estômago ta embrulhado
subiu verde o que eu cuspi
vila maria, eterno amante sou
e o bagulho não é doido tiu, mas o bagulho é doido tia
pedra no sapato, relato no ato o fato
se é pra tacar merda esse rap é disenteria
mando rap todo dia, vadia
meu tempo é pouco, eu não posso ficar de toca
ei me poupa
você que é esperta ou muito louca ?
mas não, esperto eu quando ocupo um tempinho seu ocupando sua boca
eu não to sendo sensato
andei na p-ssarela mas antes pisei no caco
sensa aqui não encosta no cap que eu sou esseponto rec
o rap sempre foi unido ?
meu pinto de snapback
desculpa se eu fui rude em dizer
falo memo, me desculpe se eu fui rude em dizer
e que se foda seu teste de procede, cuzão
não da pra se livrar do lixo se o lixo for você
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