letra de via ponte rio-niterói - gustavo nobio
[voz / vocals: gustavo n0bio]
parece obsessão, uma febre ensolarada, alguma coisa patológica/quem tem objetivação busca a sua felicidade com a sua agilidade e usando bem a lógica/bem…, pelo menos essa é a minha ótica/depois que termina o auê carnavalesco tudo volta ao perfeito “imperfeito funcionamento”/todos caem na “real” e se veem prisioneiros do tormento/se antes era risos e alegria, agora acaba a ilusão e continua o lamento/minha vida segue rotineira, acordando cedo de segunda a sábado, sabia?/para garantir o meu fundo de garantia/todo dia/fazendo o mesmo percurso já rodado, por p.m.’s abordado, com o pensamento voltado à ritmada eloquência da minha poesia/berço de ouro nunca foi meu leito de nascedouro, portanto, seguro minha barra com muita ousadia/mantendo viva a meta traçada, sempre calculada nas idas e vindas pela ponte rio-niterói que faz a via
o ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
a gente bate cabeça no concreto ou na madeira
e aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
nas ruas, sábado, domingo, de segunda a s-xta-feira
via ponte rio-niterói a vida segue
superando dificuldades, a vitória se consegue
tudo que eu preciso é da preciosa chance
se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
de-sis-tir nem pensar… desistência nem pensar por mais que eu me canse
a luta diária é como um combativo duelo de gigantes/brigamos e lidamos com forças e adversidades a todos os instantes/poucas são as pessoas que te dão apoio, que nas horas críticas a sua autoestima dão um ótimo levante/gente disposta a baixar sua potência de agir tem de montão pra destruir o seu sonho tão importante/(aqui, óóó!!!)/mando um “f” de tamanho grande e nada elegante/não me atrasa se você não me adianta/não empaca na minha frente sua anta/jesus, maria, josé! eu vivo cada coisa e sei exatamente como é/alguém tentando incansavelmente por sal no teu café/fauna de selvagens animais que pensam, tipo crocodilo devorando jacaré/dizem que o segredo é a alma do empreendimento pro negócio prosperar/pois bem, batalho oportunidades em silêncio, a driblar/zoião de seca pimenteira que tem a mania de bisbilhotar/nada vai me atrapalhar/tô em casa e daqui ninguém me tira, niterói é o lugar/meu doce lar
o ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
a gente bate cabeça no concreto ou na madeira
e aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
nas ruas, sábado, domingo, de segunda a s-xta-feira
via ponte rio-niterói a vida segue
superando dificuldades, a vitória se consegue
tudo que eu preciso é da preciosa chance
se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
de-sis-tir nem pensar… desistência nem pensar por mais que eu me canse
apesar daqueles dias de dureza/levo na “boa” e compenso com simpatia e gentileza/o capital depois a gente dá um jeito de ganhar, o que não pode faltar é saúde e comida lá na mesa/mas é impossível não indignar-se com cenas cotidianas que provocam um misto de raiva e tristeza/bate um arrependimento e sentindo-me mal, peço perdão pela fraqueza
se estou “necessitado”, um cachorro abandonado à procura de consolo
recorro aos af-gos e abraços daquela mulher tão calorosa e cativante
perto do término do dia anseio pela calmaria e detesto tudo que for “rolo”
a paisagem sempre guarda um detalhe dependendo do ângulo do observante
seja bem-vindo, venha, visite/não tem cacique, a tribo é nikiti/já dizia um samba da antiga que “sonhar não custa nada” e a força de vontade é valiosa/ando sonhando alto para dar sustentação a minha exaltação criadora e ruidosa/e sou chamado de maluco, vê se dá?/por não assimilarem o propósito da causa/convido todos, pois quem viver ouvirá/a sessão de som batendo forte e sem tempo para pausa
o ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
a gente bate cabeça no concreto ou na madeira
e aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
nas ruas, sábado, domingo, de segunda a s-xta-feira
via ponte rio-niterói a vida segue
superando dificuldades, a vitória se consegue
tudo que eu preciso é da preciosa chance
se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
de-sis-tir nem pensar… desistência nem pensar por mais que eu me canse
foi-se a época das viagens para a roça e dos passeios a cavalo/da infância e das férias com os primos qu’eu passava em são gonçalo/do menino magrelo lá no centro da cidade (niterói!) apelidado de lula lelé/que jogava seu atari, zerava pac-man, fã de mc hammer e péssimo na bola com o pé/eu não nasci pra ser pelé/hoje o garoto obstinado corre o mundo e aos predadores não se redime/entoa o bravo canto do rep, simplesmente uma arte tão sublime/que c-n-liza angústias e alentos que o emecê exprime/eu fui capacitado com o dom de musicar o que a mente grava e depois imprime/enquanto o sonho não se materializa/faço aquilo que está na medida do possível porque cada ser humano tem uma baliza/me concentro, componho, treino pra caramba, ensaio as canções e preparo o repertório, pois só cresce e evolui quem se atualiza/se a boca é o passaporte para roma, atravesso o oceano carregando meu discurso até a torre de pisa/(éah!)/o autêntico hip hop não, não, não para e o velho samba nunca morre/sendo assim eu caio de cabeça e por favor não me socorre
o ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
a gente bate cabeça no concreto ou na madeira
e aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
nas ruas, sábado, domingo, de segunda a s-xta-feira
via ponte rio-niterói a vida segue
superando dificuldades, a vitória se consegue
tudo que eu preciso é da preciosa chance
se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
de-sis-tir nem pensar… desistência nem pensar por mais que eu me canse
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