letra de nimbus - grilocks
[verso 1]
escrevi o nimbus em vários olimpo’s
versos nos limbos, de ouvidos limpos
dias são lindos, e se não forem, eu imagino
se acordo o lado depressivo, lá, nada eu origino
com origem e sem destino, percorro o meu êxodo
mas diz-me como é que corro, com as pernas em lodo
não existe nenhum socorro, resta-me o dia seguinte
sentia fome a dia 8 e só recebia a dia 20
mas sempre fui tão cínico a lidar com a minha raiva
enquanto a alma drena a dor, o meu sorriso lava-a
uns disseram que não dava, talvez eu só sonhava
mas еsses nunca tiveram por onde еu caminhava
sinto uma dádiva, sinto uma dúvida
a vida é ácida e pouco lúcida
não aproveita-la é só uma cena estúpida
se existo num lugar é em forma de música
morre sempre quem não deve
o tempo é funerário, todo o cenário é breve
alargo horizontes mais do que alargo os ombros
sem sobras nem sombras eu tenho escrito em escombros
filho do verão como eu adoro os dias longos
não é sonho, isto é visão, como eu compreendo os loucos
poupa-me essa essa simpatia solta-me antes empatia
viver de amor, arte e poesia
minha escrita é nua, passo muito tempo na lua
encontro pouca gente que actua, e não compactua
a vida é uma, feita com s-xo a dois
vive o prazer agora mataste num cigarro depois
conversas com os botões, merdas de questões
não faço serenatas mas tendo a fazer serões
nervos moem-me o juízo, ansioso sem ser preciso
tanto que cismo que acabo sempre indeciso
“sobreviventes no inferno à procura dum paraíso”
rhymesh-t que abala rap sempre foi compromisso
é só aqui que eu desabafo e eu não consigo mudar isso
pessoas tendem a julgar-te sem ter moral para isso
[refrão]
não sou nenhum profeta mas sei o que eu faço aqui
não quero atenção aquilo que eu faço e por ti
poeta contemporâneo e as rimas falam por si
é quando todos duvidam que acredito mais em mim
não sou nenhum profeta mas sei o que eu faço aqui
não quero atenção aquilo que eu faço e por ti
poeta contemporâneo e as rimas falam por si
é quando todos duvidam que acredito mais em mim
[verso 2]
dá-me beats que eu devoro
cadernos que eu decoro
inúteis que eu ignoro
não tenho dó mas sou maior
eu nem cuspo, esgarro mesmo é na vossa cara
até num lusco-fusco a minha visão é clara
é tudo porcos numa vara, deixa-os andar à larga
ninguém quer dar a mão
meter a pata ‘i got a lara’ (i got a lot of)
tua qualidade é fraca mas o papa mete a paka
a tua escrita não retrata a tua vida de forma exacta
e essa prata é só uma capa para bilhar de forma opaca
esta rotina só me mata, eu queria uma mais pacata
cresci com meios mas sem mimos, com medos mas sem mapa
se a tua vida é complexa então a minha é compacta
é só mimados do caralho não deixam (marca)
mas querem marca (s)
tou em sarilhos e em trabalhos só saiu daqui na maca
meu bwoy tu sai, esta merda é o meu bonsai
raízes de um faray e estrutura de um samurai
[scratch: dj nelassassin]
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