letra de escritores malditos (relíquia) - gigante no mic
[verso 1: ivs]
mais um preto no hood, og life class
zero à esquerda e camisa dez
descendente de um povo que cortaram as mãos
pra não morrer de sede seguravam a água com os pés
um loop na minha mente, é foda quando sente que cê mente
perdido atirando no escuro, policiais, literalmente
fugindo a tempos desses wannabes
to hidratando a pele com creme de diss
se apaixonou pela personagem, muito iludido casou com a atriz
o cansaço e a bad a dias revezam
oostento marcas de quem se opõe
cada verso agora tá valendo caro
tô compondo meus freestyle em bitcoins
focado nisso não posso parar
aprendi sozinho, é foda falar
de onde nunca receberam um bom conselho, só o conselho tutelar
eu to motivado isso não é fácil
não caio mais destino larápio
meu povo a tempos vem matando a fome
dia e noite só lendo o cardápio
liguei agora o modo “f”
vou pro tudo ou nada, tá ligado, chefe?!
disposição gastar meu réu primário
vou cancelar alguns cpf’s
só tão repetindo o que eu já falei
a mais de 100km vai faltar freeway
sabia o que seria quando fosse grande
mas fiquei gigante, agora já nem sei
[verso 2: hazec]
o crime é fraterno quando o estado não é paterno
a necessidade pede a bolsa já que não entregaram o caderno
a prisão é pra pobre, não é pra terno
deus se nascesse aqui ia ter vergonha do inferno
zl é foda cê já nasce vilão (vilão!)
batismo aqui longe de ser cristão
sentimento de família, mais que quadrilha
quem compartilha dessa união
então não se diz a ponte, se vê um monte
de amigo se chamando de irmão
“só falam gíria”, ué, tá reclamando do que?
se depois que os tiras atiram dizem
que não tem nada a dizer
a bala come mais que o homem que
não tem nada pra comer
quer ter segurança aqui
entra no mercado
e vai ter um atrás de você
[refrão: chico real]
eu quero meus manos
no topo do topo do topo
quebrada relíquia
fábrica de ouro
diamante bruto
no jogo, no jogo, no jogo
se hoje é noiz
amanhã pode ser noiz de novo
[verso 3: cab]
completa que eu trouxe o sodexo
completo com plata e complexo
que o que a policia faz com a minha raça eu faço co beat:
metralho e digo que é reflexo (baw)
já é natural de mim, é um tic, um tac, um tiro no pé
é um cl!ck e um furo no teu boné
é um bic, um base e a minha mulher
qual do cês é memo livre?
qual do cês é meu calibre?
quantos 6 que vai na pira de fogo?
qual do cês que respira mas num vive?
sujando alma pura
justiça? cês tão absolvendo pm que tá estuprando em viatura
ressentimento
fazendo minha sorte estourando o caixa e o carro forte ao memo tempo
baga que carbura
neurose que num passa, essa brisa que num dura
faminto sinto que sempre minto quando digo que tento
corro nesse labirinto e sempre chego no centro
tá osso, vagabundo, é sem cabimento (é sem cabimento)
olhar no fundo do olho do seu, truta
irmão de coração e não enxergar ele lá dentro
é foda (é foda, é foda, é foda)
[verso 4: gigante no mic]
a vida cobra e nem todos que pagam o preço morrem tendo o devido valor
já disseram que meu som era uma merda
hoje tá circulando, eu joguei merda no ventilador
com o peso da verdade vão sentir a dor
palavra de ânimo, energia, pô
vou deixar vocês em choque é a ressurreição do rap
escrevendo a minha “dissfibrilador”
não é só pra ter roupa de marca
se eu disparo sem etiqueta eu deixo marcas na sua roupa
não vou dar sopa pro azar
e não brinco a com sorte pa não pousar mosca na sopa
passei pela tormenta ainda tô ensopado
meu barco à velas por deus foi assoprado
na escola da vida todos são provados
já fui professor e as vezes aloprado
põe sua vida na balança
quem sabe o equilíbrio cê perdeu em algumas gramas
na rua das ilusões
todos almejam a calçada da fama
nem os mais chegados imaginaram onde eu chegaria
tijolo por tijolo, tipo olaria
indo bem longe, eu tô em romaria
mas vou levar meu bonde igual maçonaria
o napalm tá marcado na história
e eu já deixei meu marco solo
te oriento pro futuro
me chamem de marco polo
a sobriedade me leva pro inferno
só quero ficar alto pra alcançar o céu
liga quem vende uns doce?
aviões de papel
[refrão: chico real]
eu quero meus manos
no topo do topo do topo
quebrada relíquia
fábrica de ouro
diamante bruto
no jogo, no jogo, no jogo
se hoje é noiz
amanhã pode ser noiz de novo
eu quero meus manos
no topo do topo do topo
quebrada relíquia
fábrica de ouro
diamante bruto
no jogo, no jogo, no jogo
se hoje é noiz
amanhã pode ser noiz de novo
[saída: chico real]
lembrando dos meus
quando a hora chegar
mundão que gira
um hora ele vira pra cá
subindo montanhas
tô rumo ao topo
pois quem vem de onde eu venho
sempre corre o dobro
subindo montanhas
tô rumo ao topo
pois quem vem de onde eu venho
sempre corre o dobro
(yeah, yeah, yeah, yeah, sempre corre o dobro
yeah, yeah, yeah, yeah, sempre corre o dobro)
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