letra de sem limites - frusciante 3000
[verso]
curtia de ser poliglota
e não ser motivo de chacota
ser um puto sem futuro e ter desistido da escola
e só por ter sido agora
o meu despertar de olhos a lançar-me cá pra fora
não sei se foi tarde ou se foi cedo
mas sem relógio, não vejo horas
como é obvio
se for lógico
o meu encéfalo não decifra
é retrógado
sempre que penso andar pra frente, faço o antónimo
às vezes finjo ser indiferente
mas tu notas logo
notas nos meus olhos
cortas os mеus jogos
e sem boias eu afogo-me
já nadеi nas minhas noias
mas esqueci-me de como se faz
não sou capaz de me lembrar
de memórias de quando era rapaz
se soubesse o que sei hoje
eu tinha ficado lá
se não tivesse tido folego
eu tinha encontrado paz
nem tudo o que ganho, pouso
deixo de lado coisas más
mas são raras as coisas boas
que me fazem ficar cá
nem ouço muito o gajo, poser
mas copias aquilo que faz
se forem caras eu sou croa
mas no fim a moeda vale
o mesmo
mesmo que tu me tentes calar
eu tento
sou tipo o vento
que vai e volta sem aviso
e vou pelo sistema adentro
e ando sempre, eu ando lento pelos cantos a ver se tento
algo que acabe com desalento, nem sou crente
mas se acredito a cena rende
já estive rente de ver o fundo, mas dei a volta, fui em frente
é diferente, a vida muda quando fazes algo que sentes
não me limito a palavras, eu esforço-me a excedê-las
não ignoro os meus limites, tento sempre percebê-los
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